Javier Milei foi eleito presidente da Argentina na eleição disputada neste domingo (19). O libertário Javier Milei – que derrotou uma coalizão tradicional de centro-direita no primeiro turno – irá comandar a Casa Rosada, pelo período de quatro anos, a partir de 10 de dezembro.
Segundo dados oficiais, Milei teve 55,78%, com 14,022 milhões dos votos, conforme apuração até as 21h05, contra 44,21% do candidato governista e ministro da Economia, Sérgio Massa, que obteve 11,114 milhões de votos.
Assim, Milei assume prometendo um grande choque econômico, como o fechamento do Banco Central, dolarizar a economia, cortar gastos e promover reformas potencialmente dolorosas, que agradaram eleitores irritados com a situação econômica, mas provocaram temores de austeridade em outros.
Mas os desafios de Milei serão enormes. Ele terá que lidar com os cofres vazios do governo e do BC, uma dívida de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional, inflação próxima a 150% e controles de capitais.
Com muitos argentinos não totalmente convencidos por nenhum dos candidatos, alguns caracterizaram a votação como uma escolha do “mal menor”: o temor das medidas econômicas de Milei versus a raiva sobre Massa e seu partido peronista por uma crise econômica que deixou a Argentina profundamente endividada e incapaz de acessar os mercados de crédito globais.
A vitória de Milei, dessa forma, sacode o cenário político e a rota econômica da Argentina e pode impactar o comércio de grãos, lítio e hidrocarbonetos. Milei criticou a China e o Brasil, dizendo que não lidará com “comunistas”, e prefere laços mais fortes com os Estados Unidos.
Infomoney