Hoje, 30% dos
brasileiros consideram a gestão Dilma boa ou ótima. Na primeira semana de
junho, antes da onda de protestos que irradiou pelo país, a aprovação era de
57%. Em março, seu melhor momento, o índice era mais que o dobro do atual,
65%. A queda de Dilma é a maior redução de aprovação de um presidente
entre uma pesquisa e outra desde o plano econômico do então presidente Fernando
Collor de Mello, em 1990, quando a poupança dos brasileiros foi
confiscada. Naquela ocasião, entre março, imediatamente antes da posse, e
junho, a queda foi de 35 pontos (71% para 36%). Em relação a pesquisa
anterior, o total de brasileiros que julga a gestão Dilma como ruim ou péssima
foi de 9% para 25%. Numa escala de 0 a 10, a nota média da presidente caiu de
7,1 para 5,8.
Neste mês,
Dilma perdeu sempre mais de 20 pontos em todas regiões do país e em todos os
recortes de idade, renda e escolaridade. O Datafolha perguntou sobre o
desempenho de Dilma frente aos protestos. Para 32%, sua postura foi ótima ou
boa; 38% julgaram como regular; outros 26% avaliaram como ruim ou péssima.
Após o início
das manifestações, Dilma fez um pronunciamento em cadeia de TV e propôs um
pacto aos governantes, que inclui um plebiscito para a reforma política. A
pesquisa mostra apoio à ideia. A deterioração das expectativas em relação
a economia também ajuda a explicar a queda da aprovação da presidente. A
avaliação positiva da gestão econômica caiu de 49% para 27%. A expectativa
de que a inflação vai aumentar continua em alta. Foi de 51% para 54%. Para 44%
o desemprego vai crescer, ante 36% na pesquisa anterior. E para 38%, o poder de
compra do salário vai cair –antes eram 27%.
Os atuais 30%
de aprovação de Dilma coincidem, dentro da margem de erro, com o pior índice do
ex-presidente Lula. Em dezembro de 2005, ano do escândalo do mensalão, ele
tinha 28%. Com Fernando Henrique Cardoso (PSDB), a pior fase foi em
setembro de 1999, com 13%.
Em dois dias,
o Datafolha ouviu 4.717 pessoas em 196 municípios. A margem de erro é de 2
pontos para mais ou para menos.
Fonte: Thaisa Galvão