Jesus no Monte das Oliveiras |
Por Silvério Filho
Deus não nos prometeu conquistas físicas ou materiais, mas espirituais. Ele nos ama, e tal amor é representado em sua plenitude na Cruz de Cristo, que nos permite a salvação. Não há amor maior do que permitir a salvação a um pecador que não a merece. Se Deus não te der nada; se permitir que você sofra; se permitir que aqui na vida você seja esbofeteado por um mensageiro de Satanás, como o foi São Paulo (2 Cor 12-07)… Ainda assim você poderá ter tudo, pela fé e pela graça. Pois a Graça Dele te basta, e o maior livramento ele já te deu: a possibilidade de salvar-se. E esta salvação não vem senão por Cristo. E não há como seguir a Cristo se não estivermos dispostos a carregar também uma cruz (Mc 8, 34-36).
Por isso, não há como ser cristão se não se está disposto a sofrer e transformar esse sofrimento em conversão sua e daqueles com os quais convive. Por vezes, o sofrimento liberta e o gozo aprisiona. Pois é no gozo e nas “bençãos materiais” que somos tentados a nos considerar auto-suficientes, ou especiais, quando, em verdade, não somos senão miseráveis que nem respiraríamos se Deus não permitisse. E é neste momento, no qual reconhecemos nossa incapacidade em relação a nossa existência, que Deus mais fortemente pode habitar em nós. Assim diz o santo apóstolo: “Mas ele me disse: Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força. Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo.” II Coríntios, 12,9
Um cristianismo que não prega a necessidade da cruz não é um cristianismo autêntico, mas pseudocristianismo. Em verdade, somos chamados a fazer como São Paulo, e completar em nosso corpo o que resta das aflições de Cristo, sacrificando-se em favor do Corpo Dele, que é a Igreja (Col 1,24).
Por isso, diante do sofrimento, um verdadeiro cristão não deve fugir ou amedrontar-se . Mas enfrentá-lo, com temor e obediência a Deus, orando como o Senhor orou, no momento de grande agonia que o fez SUAR SANGUE (Lc 22,44): “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; CONTUDO, NÃO SEJA COMO EU QUERO, MAS SIM COMO TU QUERES”. (Lc 22,42)