Por @silverioalvesfilho

Sempre gostei de história. Era minha disciplina preferida, ao lado de matemática (não é comum gostar de ambas).

Dentre os episódios da história do Brasil, um que me chamou a atenção foi a “revolta da chibata”, que teve como um de seus líderes o marinheiro João Cândido.

Em meados de 1910, Cândido liderou um grupo de marinheiros num levante contra os maus tratos praticados pelos oficiais militares, dentre os quais o “castigo da chibata”, uma herança sádica da escravidão brasileira.

Cândido e seus companheiros tomaram navios, deram tiros de advertência e, após, exigiram o fim dos maus tratos. O presidente Hermes da Fonseca aboliu o uso da chibata e negociou a anistia dos revoltosos.

Após o fim da revolta, porém, iniciou-se a perseguição. Cerca de 20 líderes do movimento foram presos na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. A maioria morreu. Cândido sobreviveu, foi solto anos depois, mas permaneceu pobre até o fim da vida. Faleceu em 1969, no ostracismo.

No início dos anos 70, Aldir Blanc e João Bosco o imortalizaram como ALMIRANTE NEGRO, na música “Mestre de Sala dos Mares”.

Atualmente, tramita um projeto de lei que, se aprovado, tornará o ALMIRANTE NEGRO oficialmente um herói nacional.

Mas por que lembrei disso?

Esses dias um amigo perguntou se eu não tinha medo de entrar em disputas políticas difíceis, em relação às quais seria mais fácil “deixar de lado”.

“Não! Não sou covarde. Não tenho medo da política, tenho medo de como a história me julgará. Sou como o ALMIRANTE NEGRO”, respondi.

Categorias