A ByteDance, dona da popular rede social TikTok, admitiu nesta semana que usou o aplicativo para espionar jornalistas americanos que faziam uma cobertura crítica da empresa. O gigante da tecnologia se viu obrigado a confirmar a violação após uma repórter da Forbes ter tido acesso a gravações e transcrições de reuniões internas na China em que executivos comentavam a prática.

Segundo a publicação, a empresa rastreou a própria autora da reportagem, além de profissionais do BuzzFeed News, do jornal Financial Times e de contatos próximos a eles. O objetivo era descobrir quais funcionários estavam servindo como fontes e vazando dados sigilosos para a imprensa.

A ByteDance usava dados pessoais —como local de residência, emails e endereços de IP— dos repórteres e os cruzava com os dos próprios funcionários para descobrir se eles batiam. A empresa inicialmente tentou negar as acusações, mas, diante de provas, declarou apenas estar “profundamente desapontada” com o caso, prometendo mudanças internas.

A denúncia enfureceu políticos americanos e europeus. Em viagem a Bruxelas na quarta (11), o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, tentou tranquilizar eurodeputados afirmando que o aplicativo estava comprometido com o respeito a políticas de privacidade do bloco e o fortalecimento de medidas que garantam a segurança de crianças que acessam a plataforma.

Folha de S. Paulo

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