Por Santo Tito, funcionário aposentado do Banco do Brasil
Momentos desestressantes são cenários em que devemos estar alerta para desfrutar o máximo de circunstancias singulares e pouco comuns. Hoje pela manhã – 11 de julho de 2024 –, como faço regularmente após a cheia do Rio Potengi, sai de casa para o sitio a passos lentos para melhor apreciar os primeiros raios solares.
Ao passar pela ponte que liga o Bairro Novo Juremal à cidade encontrei com o sr. Cesar Augusto Filho e, debruçados sobre a mureta de proteção, começamos a conversar sobre os destroços deixados pelas tão auspiciosas chuvas do inverno nordestino, exatamente os mesmos que, naquele momento, a Administração Pública estava reconstruindo para permitir a volta do tráfego normal.
Mas, absortos na nossa conversação, não nos atemos aos detalhes gritantes e significativos daquele instante e que estava ocorrendo bem diante dos nossos olhos. No dia anterior começara a reconstrução daquela passagem. Por razões que fogem ao nosso raciocínio, para reconstituírem aquele acesso foram retiradas as manilhas que faziam a vazão de uma pequena parte das águas, permitindo o trânsito de veículos automotores enquanto o caminho não era engolido pelo rio.
No entanto, submersos nos estragos que as chuvas haviam produzido à estrada vicinal que dava acesso aos nossos sítios, impedindo a passagem de carros, não percebíamos o que homens e mulheres que por ali passavam, espantados, estavam se questionando e rindo. Até que ele, Cesar filho, me alertou para o fato. Na recolocação de parte das manilhas que haviam sido retiradas, elas estavam sendo reintroduzidas naquela via de maneira invertida, ou seja, a montante.
Como não somos engenheiros especialistas, precisamos saber o que significa desta monstruosidade.
– (Qual a diferença entre jusante e montante? Jusante e montante são direções por onde correm as águas de uma corrente fluvial. A jusante significa em direção à foz, ou seja, o fluxo normal da água. Enquanto isso, a montante significa em direção à nascente, ou seja, contra-corrente.) –
Quando realmente percebi o que estava acontecendo, foi que fixei a visão e entendi o espanto de todos que passavam. A grita era unânime. Inclusive um senhor, falando a plenos pulmões, perguntava: “E o rio mudou de lado?”.
Ainda estou boquiaberto. Não consegui entender como aquilo aconteceu. Uma certeza eu tenho. Não foi nenhum responsável direto pela obra que entendeu de cometer tremendo disparate. É tanto que um outro transeunte fez o seguinte questionamento: “Isso daí é o mesmo que colocar o telhado de uma casa invertido”.
Voltando aos momentos desestressantes. Muito embora o episódio não tenha sido nada edificante, ele mudou as características pisicosociológicas daqueles que, possivelmente, estivessem com a autoestima em baixa. Eu mesmo ria demais. Principalmente quando ouvi as duas observações acima. “Sorrir é o melhor antídoto” é uma expressão que ressalta o poder terapêutico do sorriso.
De fato, estudos indicam que sorrir pode trazer benefícios para a saúde mental e física, como a liberação de endorfinas, que são substâncias químicas no cérebro que promovem sensações de felicidade e bem-estar. Além disso, sorrir pode ajudar a reduzir o estresse, melhorar o humor e até mesmo fortalecer o sistema imunológico. Portanto, essa expressão popular não só captura uma verdade sobre a condição humana, mas também é apoiada por pesquisas científicas que confirmam os efeitos positivos do sorriso na saúde e na qualidade de vida.