
Por Santo Tito
Simplesmente torna-se impossível separar Zé Miguel do segmento “escola”, mesmo se tratando de uma data magistral: Os oitenta anos de vida do Zé, sessenta e cinco deles dedicados à emancipação educacional do município.
Devota de São Francisco de Assis a mãe, Dona Luzia Alexandrina da Silva, à luz daqueles idos anos, mas replicando o mesmo estilo de festa anual que Zé Miguel tradicionalmente faz para pagar os professores, e que o povo a batizou com seu próprio nome, tinha por finalidade outros objetivos. Todo o dinheiro arrecadado era enviado para Canindé-CE. Uma tradição entre os devotos do Santo, mas que Zé não aprovava. Como o sonho de sua mãe era construir uma capela, no aconselhamento junto à Monsenhor Expedito essa finalidade foi excluída, dando lugar a uma escola.
Seguindo a orientação, em 1968 deu-se início à “Escola do Zé”. Hoje com uma filial em São Tomé-RN.
Zé Miguel pode não ter sido um erudito das letras e números, mas sua contribuição para a educação e independência cultural de São Paulo do Potengi é inestimável. O impacto de sua escola, e o reconhecimento que ele recebe agora, mostram o poder transformador da educação e da dedicação de pessoas como ele. Se estendermos a sua designação de batismo completa talvez passe por um eterno desconhecido. Mas é pela acunha do seu nome que a escola por ele criada é conhecida. São oitenta anos de um legado que continua a impactar vidas. Só por isso é merecedor da grande celebração a ele dedicada durante esta semana.
Além de um fervoroso devoto da religião cristã, Zé foi e sempre será o sacerdote mor de Monsenhor Expedito. Tendo uma família maravilhosa que são Paulo do Potengi acostumou-se com a convivência, ao lado dos seus mais queridos amigos e nada mais tendo a declarar,
Obrigado Zé, e um baita
Feliz Aniversário,
Feliz oitenta anos,
Feliz tudo.
“Peraí”, tem uma coisinha que precisa de uma anotação especial. Em meio a uma “Tradicional Festa do Zé”, houve uma chuva repentina. A festa acabou. Não venderam praticamente nada. As galinhas, os quitutes, “cadê” o apurado da escola? Zé, arrasado, não sabia o que fazer. Só o choro convulsivo. Tinha que pagar os professores.
A salvação: Monsenhor Expedito deu um aviso na missa matutina do domingo que a festa ia acontecer. Ele mesmo saiu anunciando de porta em porta. O povo se mobilizou. Não tinha mais a banda. Mas reorganizaram as mesas e cadeiras e o folguedo se constituiu num estouro. Foi a melhor arrecadação de todos os tempos. Ô Véio Macho!
