Por @silverioalvesfilho

No ano de 1993, realizou-se uma audiência pública na cidade de Santa Cruz, para debater a viabilidade do projeto das adutoras.

Estavam presentes o então Senador Garibaldi Filho, deputados federais, estaduais, bispos, líderes civis e eclesiásticos. Ausente o então Governador José Agripino.

Na ocasião, Monsenhor Expedito fez com que os políticos sentissem um pouco do que passavam os sertanejos, quando um dos integrantes da mesa das autoridades pediu um copo de água gelada e ele respondeu, firmemente: “Aqui ninguém bebe água. Os senhores estão passando pelo que o povo do sertão passa o ano inteiro. Que fiquem com sede, para que brote no coração de vocês a sensibilidade e a solidariedade para com os seus irmãos.”

Baixo, franzino, mas com uma voz firme e uma liderança incontestável.

Ninguém ousou desobedecer.

Como consequência das discussões realizadas nessa e nas audiências seguintes, foi publicada no Diário Oficial do Rio Grande do Norte do dia 19 de julho de 1997 a lei estadual 7.029/97, que instituía a Adutora Agreste/Trairi/Potengi, dispondo para esta, em seu artigo 1º, o nome de Monsenhor Expedito Sobral de Medeiros.

Assim como Moisés, que guiou seu povo até a “Terra Prometida”, mas não viveu suas benesses, o pároco de São Paulo do Potengi não teve muito tempo para vivenciar os benefícios da adutora, já que faleceu em 16 de Janeiro de 2000, menos de um ano após a chegada das águas, em 14 de maio de 1999.

Águas essas que, nos dias atuais, banham pelo menos 30 municípios e 271 comunidades rurais.

Hoje, 25 anos depois daquele 14 de maio de 1999, é um dia oportuno para concluímos que precisamos não apenas preservar, mas também retomar a luta do Profeta das Águas.

Categorias