Por @silverioalvesfilho
Não misturo meus posicionamentos partidários com minhas reflexões sobre fé.
Por isso, critico aqueles que descontextualizam o antigo testamento e o Evangelho com o intuito de fortalecer projetos políticos “de direita”, mas também critico os que focam apenas nos aspectos políticos da atuação social de Jesus, desconsiderando sua divindade.
É comum no “cristianismo progressista” a defesa de que Jesus foi morto por “questões políticas” ou de que seus milagres não eram sobrenaturais.
Quando tais defesas são feitas de má-fé, buscam utilizar Cristo como um “instrumento” para fortalecer determinadas causas políticas e, também, projetos de poder.
Não posso concordar com essa postura.
Separo minhas posições partidárias da minha fé (“a César, o que é de César; a Deus, o que é de Deus”), embora minha fé influencie na minha atuação política.
Jesus é o único caminho para a salvação.
Ele é o Cordeiro, perfeitamente homem e perfeitamente Deus, que morreu para o perdão dos nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação, como escreveu o apóstolo.
A divindade e a perfeição do sacrifício de Jesus são inegociáveis.
O cristianismo é como uma moldura: podemos estar mais ao centro, mais à esquerda ou mais à direita, mas precisamos estar dentro da moldura para sermos cristãos.
O grande desafio é saber até onde vai essa moldura.
A resposta passa pelo retorno ao Evangelho, na busca pelo perfeito amor pregado por Jesus, que só pode ser alcançado pela abertura à graça, por meio da fé.
Um amor que não serve para dar glória a homens nem projetos políticos, nem para barganhar dinheiro ou poder.
Um amor que não defende a morte nem a mera existência miserável, mas, sim, a vida em sua plenitude.
Um amor capaz de saciar eternamente.