
Por Santo Tito
O cidadão tem por norma criticar a administração pública. Não sabendo ele que quem senta naquela cadeira pode muito, mas não pode tudo. É claro que de vez em quando eles claudicam, como é o caso dos cem metros de rua lá do Recanto das Águas, motivo de várias reclamações de quem nos visita, e que são mais de 80% dos frequentadores.
Mesmo assim é fácil criticar sem considerar as inúmeras limitações e desafios que a administração pública enfrenta. Por mais que o gestor tenha poder de decisão, ele depende de recursos, leis, equipes e, muitas vezes, enfrenta burocracia e interesses divergentes. A cadeira carrega tanto responsabilidades quanto restrições.
A reflexão é importante: O quanto nós, enquanto cidadãos, também colaboramos ou buscamos compreender as complexidades do serviço público? Afinal, as mudanças muitas vezes exigem um esforço coletivo.
Por exemplo: Quem não quer desfrutar da cobertura verde de uma imponente árvore? Quem resiste à beleza de um jardim florido? Quem não quer ver a sua rua limpa e ornamentada? Todos nós gostamos de um belo conjunto de flores enfeitando nossas residências. No entanto, para que isso possa acontecer, precisamos cuidar da saúde das nossas plantinhas.
Porque será que estamos abordando um assunto tão inútil, para quem não gosta, quando poderíamos estar apedrejando o cuidador do nosso município?
É simples. Ainda não tínhamos parado para observar os novos canteiros centrais com um olhar mais atento. Outro dia passando em frente ao nosso Fórum Municipal verificamos o mato tomando conta do canteiro central. Uma ou outra planta praticamente sem vida. As árvores sem o crescimento adequado. E, quase que instantaneamente, ao nos dirigirmos para o nosso destino, a curiosidade nos leva a levantar o olhar para as copas das árvores que agora embelezam a rua central que passa em frente ao banco do Banco do Brasil. “Qui Beleza!”.
A curiosidade foi instantânea. Porque tanta diferença? Uma representante da ala feminina que nos acompanhava, bem mais antenada com coisas relativas à beleza estética, nos ajudou colocando-nos a par do porquê de tanta diferença que, para nós, era simplesmente aviltante. Lá atrás não existiam pessoas disponíveis para dar a devida atenção às plantinhas. Já na outra rua, como é do nosso conhecimento, a partir de lá bem perto do INSS, as famílias estão acostumadas com jardim no centro da rua e dedicam uma pequena parte do seu tempo para que elas não entrem em colapso.
Outro dia perguntamos a um dos jardineiros da prefeitura porque eles deixavam as árvores carecas todos os anos. De novo uma resposta bastante simples: Não existe pessoal suficiente para organizar as copas de uma por uma. Mas deu uma solução: Caso o morador se responsabilize, apenas fazemos o corte mínimo e ele se encarregaria de mantê-la podada durante o ano. E muitas pessoas já fazem isto.
Quem quiser uma cidade permanentemente limpa e organizada, também é simples: basta não sujar. Os maus exemplos se veem todos os dias. Precisa dizer? Tem uma pequena cidade ali por perto do Seridó que já foi a mais limpa do Brasil. Como é?!…