Por Santo Tito, funcionário aposentado do Banco do Brasil
Na medida em que crescemos os números da nossa idade, nos tornamos mais humanos, mais benevolentes, parece até que mais felizes, pois passamos a dar valor àquilo que realmente tem valor.
Apreciador devoto das parafernálias que a evolução tecnológica do Vale do Silicio (localizado na Califórnia, Estados Unidos, ícone global de inovação e tecnologia) nos entrega a cada dia, não me afasto de um celular, um notebook e de uma TV grande, pois a visão já está diminuta.
É lá que assisto os noticiários; o que acontece na política nacional e internacional; as catástrofes; os desmatamentos; a ações policiais; os desafios com a proliferação interminável dos grupos que desafiam a Segurança Pública. Mas é lá também que assisto bons filmes/séries e excelentes documentários. É igualmente lá que me delicio escutando/assistindo boa música. Uma paixão e minha conexão com Tiãozinho.
Uma noite dessas estava eu garimpando em meu aparelho de TV, no aplicativo conhecido pelo nome de you tube, um musical country para preencher a minha insônia, quando fui surpreendido com uma aparição “sui generis” na tela. Por um acorde do destino, de repente surge aquele moço, aqui do nosso convívio, com seu bandolim acompanhado por um pandeiro, um violão e um cavaquinho, executando uma música que levava o nome do nosso Mestre Maestro Maior: Tiãozinho no Frevo.
Parei e esperei o dito moço errar uma nota, para a nossa vergonha. Naturalmente que o criador da excelente melodia, na posse de toda sua maestria e destreza, não toleraria um acontecimento tão nefasto como esse. Na condição de cidadão ele mora em São Paulo do Potengi, mas como exímio instrumentista e professor de música pertence ao Rio Grande do Norte, a quem não se permite desonrar.
Percebe-se que estou me referindo a Alexandre Moreira, cuja faceta eu desconhecia. Inclusive, lá no you tube, não tem apenas uma aparição. É uma coletânea das suas criações.
No início dessa minha conversa com você caro leitor(a), dizia de sermos mais humanos e mais felizes com o passar do tempo.
Vocês querem saber o porquê? Porque não invejamos mais os saberes que outros possuem. E sim exaltamos aquele conjunto de conhecimentos, habilidades e competências que uma pessoa adquire em um determinado campo de estudo ou área de atuação. Porque sabemos que a palavra “feliz” carrega consigo uma bela gama de significados que ressoam com alegria e contentamento. E ao entrarmos nesse círculo restrito (enta), além de enaltecermos o nosso torrão, acabamos adquirindo quase de graça o remédio mais caro, mais procurado e mais recomendado pela medicina moderna. A amizade. Que não é totalmente de graça, pois o tempo foi quem já pagou por essa valiosa aquisição.
E digo ainda: eu era feliz, não por morar num país tropical, mas porque podia conversar de igual para igual com Tiãozinho. Eu era feliz não porque Monsenhor Expedito deixava eu entrar na sua igreja, mas porque Alexandre Moreira me deixava tocar surdão no seu grupo. Eu sou feliz porque todo ano Ele fala meu nome. E, finalmente, eu sou feliz porque respeito, sou respeitado, tenho uma excelência em termos de vizinhança, uma família MA-RA-VI-LHO-SA e moro em São Paulo do Potengi, terra que acolheu e deu cidadania a Sebastião Ferreira Neto, Monsenhor Expedito e Alexandre Moreira.
Estão no mesmo patamar? Mas está claro que não. Porém, dentro do que se propuseram fazer pertencem ao mesmo pedestal.