A expectativa da Organização Meteorológica Mundial (OMM) é que o fenômeno climático El Niño provoque eventos climáticos extremos e de temperaturas recordes nos próximos meses. Especialistas ouvidos pelo Metrópoles alertam sobre impactos na agricultura brasileira e na vida dos brasileiros.

“Como o El Niño é um aquecimento de uma região normalmente caracterizada por uma temperatura mais baixa do oceano, ele tende a inverter as condições climáticas normais, ou seja, nas regiões que apresentam tendência de seca elas acabam sendo mais chuvosas. Nas mais chuvosas, elas tendem a apresentar mais períodos de estiagem. Porém, o fenômeno ainda está se estabelecendo”, explica o professor Gustavo Baptista, do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB).

No Nordeste, o El Niño é responsável pelo aumento do período de seca e na potencialização das queimadas florestais.O agrometeorologista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

Trigo Gilberto Cunha alerta para os impactos da estiagem na produção de alimentos para a subsistência da população.

“Na região afeta mais os cultivos de subsistência, principalmente os cultivos de milho e feijão, mas também não se afasta a soja e a cevada que já estão sendo plantadas em vários estados do Nordeste”, destaca Gilberto.

O fenômeno deve provocar um regime de chuvas mais intensas no Sul, o que poderá aumentar os riscos de enchentes e inundações. Na produção o El Niño poderá prejudicar os cultivos de inverno, como trigo, aveia e cevada, segundo o agrometeorologista da Embrapa. “Ele pode ser tanto prejudicial nos cultivos de inverno quanto benéfico para cultivos de verão [soja e milho].”

Metrópoles

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