Numa defesa da adoção de crianças, o papa Francisco disse nesta quarta-feira (5) que casais que optam por ter cães e gatos em vez de filhos exibem “um certo egoísmo”.

Falando sobre a paternidade durante uma audiência geral no Vaticano, Francisco lamentou que os animais de estimação “às vezes tomem o lugar das crianças” na sociedade.

“Muitos casais não têm filhos porque não querem, ou têm apenas um porque não querem mais. Mas eles têm cães e gatos que tomam o lugar das crianças. Pode parecer engraçado, mas é a realidade”, comentou o pontífice.

Para ele, essa prática “é uma negação da paternidade e da maternidade, e nos diminui, tira nossa humanidade”.

Incentivo à adoção

Francisco também encorajou casais que não podem ter filhos por razões biológicas a considerarem a adoção, pedindo que “não tenham medo” de se tornarem pais: “Ter um filho é sempre um risco, mas há mais risco em não ter filho, em negar a paternidade.”

Ele pediu, ainda, a facilitação das regras de adoção, pois “quantas crianças no mundo estão esperando por alguém para cuidar delas”. E sublinhou que a adoção “não é um vínculo secundário” e que esta escolha “está entre as formas mais elevadas de amor e paternidade”.

“Não se deve ter medo de escolher o caminho da adoção, de assumir o ‘risco’ do acolhimento. Espero que as instituições estejam sempre dispostas a ajudar nesse sentido, monitorando seriamente, mas também simplificando o procedimento necessário.” Por várias vezes, o pontífice já criticou o “inverno demográfico” e a queda das taxas de natalidade.

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