Por @silverioalvesfilho
Embora eu não seja formado na área, carrego a comunicação no meu sangue, especialmente a política.
Há diversas estratégias possíveis, a depender do político e da conjuntura.
Farei alguns artigos sobre o assunto.
Exemplifico a análise de hoje com a parceria entre Burger King (BK) e o ex-ator pornô Kid Bengala. Falarei apenas sobre comunicação, não sobre moral.
O BK publicou um vídeo estrelado por Kid, com diversas piadas de duplo sentido.
Muitos criticaram, e quanto mais criticavam, mais o vídeo era visto.
Todos os especialistas de marketing passaram a analisar em seus perfis se a publicidade seria ou não positiva.
Pouco tempo depois, todo mundo estava falando do BK, cuja marca ganhou ampla publicidade, tanto nos perfis dos especialistas, quanto do povão.
Hoje o BK apagou o vídeo, e muitos bradaram que ele “reconheceu o erro na parceria”.
Que nada, foi tudo planejado.
O BK apagou o vídeo, mas, durante dois dias, seu alcance no Brasil foi o maior dos últimos anos, alcance impulsionado também (e de graça) pelos críticos: primeiro falando sobre o comercial, depois falando da retirada do comercial.
Jogada de mestre: fazer os críticos trabalharem para você. De graça!
Na próxima semana, nem lembrarão o motivo da crítica, mas o BK estará no seu subconsciente, exercendo influência.
“Falem bem ou mal, mas falem de mim”: eis uma estratégia boa para o pré-candidato que quer polarizar.
Numa eleição majoritária com somente dois na disputa, o momento é de se consolidar como “sendo um dos dois”. Mais para frente é que a estratégia deve ser modificada, com foco em “ser o primeiro dos dois”.
No caso do pré-candidato a vereador, a estratégia é razoável para aquele que busca ter os votos da “ala mais radical” do grupo ao qual pertence, especialmente se for da oposição, porque passa a polarizar com o grupo rival por completo, não apenas com os outros candidatos.
Mas como montar uma estratégia dessas na prática?
Aí você já tá querendo saber demais, companheiro.