Primo de Nikolas preso com 30kg de maconha defendia repressão a drogas nas redes

ICL Notícias – Glaycon está detido no Presídio Professor Jacy de Assis, onde permanece à disposição da Justiça. A unidade prisional é considerada uma das maiores da região e abriga presos provisórios e condenados.

A prisão ganhou contornos políticos por envolver um familiar direto de um dos principais nomes da bancada bolsonarista no Congresso. Glaycon é filho de Enéas Fernandes, tio de Nikolas, que foi candidato à prefeitura de Nova Serrana em 2024 com apoio declarado do deputado.

Registros públicos consultados pela reportagem mostram que, além do suporte eleitoral, a candidatura do tio foi impulsionada por emendas parlamentares destinadas à região por Nikolas Ferreira. As transferências orçamentárias ocorreram logo após o lançamento da candidatura, o que lança luz sobre o uso de recursos públicos para fortalecer alianças familiares e políticas.

A conexão entre os três elementos — o vínculo familiar, o apoio político e o uso de emendas — coloca pressão sobre a imagem de Nikolas, conhecido por defender uma pauta anticrime e de valores conservadores. A prisão do primo atinge diretamente a credibilidade desse discurso, ainda mais quando se considera o histórico de Glaycon nas redes sociais.

Primo de Nikolas e uso das redes
Antes da prisão, Glaycon mantinha uma presença ativa nas redes sociais, com publicacões em tom moralista sobre segurança pública e combate às drogas. Em agosto de 2023, comentou em resposta ao deputado Arthur Maia: “Busca e apreensão já! O que eles tanto temem? Mas essa resposta já sabemos, querem esconder o que fizeram e culpam outras pessoas!”.

Em outro post, de novembro do mesmo ano, ironizou o então ministro da Justiça, Flávio Dino: “Criminalidade aumentou, apreensão de drogas diminuiu, mortes aumentaram e ele tá fazendo um bom trabalho, tá sim!”.

primo nikolas

Em maio de 2024, apenas dias antes da própria prisão, voltou a criticar a descriminalização da maconha e afirmou que os mais prejudicados pelas drogas eram “pretos e favelados”, acusando defensores da legalização de hipocrisia.

“Sabia que quem mais sofre com drogas são pretos e favelados? […] Essa sua incoerência de defender pretos não tá batendo!”, escreveu, em resposta a um professor. Glaycon também insinuava que defensores da descriminalização queriam liberar o uso indiscriminado de entorpecentes e desmoralizar o sistema educacional.

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