Sabemos dos males da COVID, sempre defendemos a vacinação e as medidas de prevenção, respeitamos quem quer o cancelamento do carnaval de rua, mas convidamos todos a uma breve reflexão.

De fato, EM TESE, a realização do carnaval de rua poderia levar ao aumento de casos de COVID-19 e H3N2, motivo pelo qual, num primeiro momento, seu cancelamento seria aconselhável.

Porém, além da tese, devemos levar em conta a prática. Na prática, aqueles que têm um pouco mais de condições alugarão “sedes” com seus blocos, irão para festas privadas, dentro e fora do município, participarão de aglomerações e poderão trazer o vírus para quem, por não ter condições financeiras, não participou das referidas festividades.

Desse modo, para a efetividade da prevenção como se pretende, pouco adiantaria proibir as aglomerações públicas, se permanecessem permitidas as privadas.

Além disso, outros fatores devem ser levados em consideração. Grande parte da população já tomou duas doses da vacina, as internações por COVID-19 reduziram bastante e a nova gripe geralmente não causa internações muito menos mortes.

Para proibir o carnaval de rua sob o fundamento de prevenção contra o vírus, deveriam ser apresentados claramente os riscos, com previsões e estudos. Em São Paulo do Potengi, por exemplo, tivemos festas em praça pública no fim do ano, que não ocasionaram maiores transtornos em casos de transmissão do vírus. Se ocasionaram, não foi dado publicidade pelas autoridades de saúde. Passaram-se 7 dias sem sequer ser divulgado o boletim da COVID, publicado ontem apenas devido críticas nas redes sociais.

Como se não bastasse, além do comércio em geral, o poder público não pode desconsiderar a situação dos ambulantes, que não tem emprego formal nem no setor privado, nem na prefeitura, e dependem de festividades como estas para ter renda.

Com todo respeito à opinião contrária, diante desse contexto, entendemos que o cancelamento do carnaval de rua, sem maiores esclarecimentos e estudos, não é garantia de prevenção contra o viros, sendo garantia apenas de que o maior afetado, sem dúvidas, é o pobre.

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