Por Silvério Filho
É de conhecimento de todos que a senadora Fátima Bezerra é a favorita para vencer o pleito pelo Governo do Estado, com chances, inclusive, de que isso ocorra no primeiro turno. Contudo, a pesquisa Blog do BG/SETA, divulgada hoje (06), alerta para um fato: o antipetismo parece que começa a ganhar força no RN.
O antipetismo, que foi o grande responsável pelo crescimento de Bolsonaro, é o movimento que prega uma total rejeição ao PT, atribuindo ao partido, equivocadamente, quase que todas as mazelas e a corrupção da política brasileira.
Embora eu seja um crítico desse “movimento”, o qual julgo ser descabido [1], não podemos desconsiderar que ele existe e que possui grande força política. Em havendo segundo turno para presidente, caso Haddad (candidato do PT) passe para disputar com Bolsonaro, a tendência é que os ânimos se acirrem e, por consequência, cresça o antipetismo [2]. Caso isso ocorra, o prejuízo também pode recair sobre os candidatos locais do PT que enfrentem segundo turno para governo.
No caso específico do RN, num segundo turno entre Carlos Eduardo e Fátima (a nível de Governo) ao mesmo tempo que um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad (a nível de presidência), poderia ocorrer que os votos que Bolsonaro possui no Estado, que já somam mais do que os de Haddad, segundo a Pesquisa Blog do BG/SETA [3], possivelmente seriam canalizados para Carlos Eduardo, prejudicando claramente a candidatura da petista.
Por outro lado, caso o segundo turno entre Carlos Eduardo e Fátima aconteça em paralelo a um segundo turno entre Bolsonaro e Ciro Gomes, o mesmo não ocorreria, uma vez que Carlos Eduardo apoiaria Ciro Gomes para presidente, pois é do mesmo partido (PDT). Por apoiar Ciro Gomes, que disputaria com Bolsonaro, não seria razoável crer que os votos do capitão no RN fossem canalizados para Carlos Eduardo, justamente por ele ser do mesmo partido do opositor de Bolsonaro na luta pelo Palácio do Planalto (Ciro Gomes).
Nesse sentido, parece-me claro que o melhor para a candidatura de Fátima Bezerra seria um segundo turno entre Bolsonaro e Ciro Gomes.
Notas de rodapé:
[1] Basta ver, por exemplo, que o partido com mais investigados na Lava Jato não é o PT, mas sim o PP, partido ao qual Bolsonaro pertenceu por mais de 10 anos (https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/24/politica/1524605415_828915.html);
[2] Um indício disso foi que a rejeição de Haddad já chegou a crescer 11 pontos em apenas 5 dias (https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/02/em-5-dias-rejeicao-a-haddad-vai-de-27-para-38-diz-ibope.htm);