Por Silvério Filho
No dia de hoje (22), publicamos em nosso blog a notícia de que Padre Ramos não celebrará as Missas de Fim de Ano no pátio da Matriz, a fim de evitar aglomerações e de prevenir os fiéis contra eventuais transmissões do Covid-19.
Com a circulação da notícia nas redes sociais, alguns leitores contestaram, dizendo algo do tipo: “agora, depois da política, estão querendo tomar precauções” ou “de nada adianta, depois das aglomerações eleitorais”. Assim comentando, apresentam uma crítica à decisão do nosso pároco, como se as decisões da Igreja estivessem subordinadas/ligadas às das autoridades civis.
Nosso Senhor Jesus já ensinava, porém, que as determinações eclesiásticas não estão vinculadas às decisões das autoridades civis. Disse o Cristo: «Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.» (Mateus 22:21).
De fato, quando da campanha eleitoral as diversas lideranças políticas optaram por realizar grandes movimentações públicas. Ao contrário, porém, durante todo o período da pandemia, a Paróquia de São Paulo do Potengi, assim como as demais paróquias ligadas à Arquidiocese de Natal, tomou todas as medidas para a prevenção do Covid-19, tais como transmissão das missas pela internet, distanciamento dentro do templo, quantidade reduzida de fiéis por missa e a utilização do álcool em gel durante as celebrações. As condutas das lideranças políticas não podem ser imputadas à Igreja.
Ao não celebrar as missas campais, a Igreja mantém a coerência no seu comportamento de proteção aos fiéis, demonstrado durante toda a pandemia, e válido especialmente agora, quando em muitos locais já se fala em uma possível segunda onda de Covid-19. Padre Ramos está certo.