O Rio Grande do Norte está definitivamente no mapa da ciência mundial. O trabalho desenvolvido no Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (INN-ELS) foi publicado ontem na Scientific Reports, uma revista do grupo Nature. O estudo liderado por Miguel Nicolelis e mais quatro cientistas (Miguel Pais-Vieira, Mikhail Lebedev, Carolina Kunicki e Jing Wang), envolvendo uma colaboração entre o Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke e pesquisadores do IINN-ELS, descreve o funcionamento da primeira interface cérebro-cérebro (brain to brain interface – BTBI), que permite a transferência direta, em tempo real, de informações sensoriais e motoras entre os cérebros de pares de ratos.
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Parte da terceira fase da pesquisa, apresentada ontem, foi desenvolvida com participação de pesquisadores do INN-ELS, em Natal |
A existência do instituto de Natal já havia sido registrada no mapa da ciência mundial em diversas revistas científicas ao redor do mundo – em dezembro de 2012 a revista Science destacou o desenvolvimento das carreiras científicas dentro do INN-ELS como uma das mais importantes da atualidade. Mas a recente publicação destaca o trabalho desenvolvido no instituto. “A repercussão vai ser mundial e todas as manifestações sobre esse trabalho vão incluir o instituto de Natal”, afirma.
O nome do INN-ELS está, de fato, girando o mundo desde a manhã de ontem, quando os resultados de uma série de experimentos que podem permitir, em um futuro distante, a comunicação entre pessoas apenas através do pensamento foi divulgado. O estudo recente foi norteado pelo questionamento em torno da possibilidade de o cérebro assimilar informações geradas por sensores vindos de um corpo diferente já que foi comprovado, em estudo anterior, que o cérebro pode assimilar sinais sensores artificiais. “Nossos estudos anteriores com interfaces cérebro-máquina tinham nos convencido de que o cérebro é muito mais plástico do que pensávamos”, disse Nicolelis. Nos estudos anteriores, realizados pela equipe do neurobiólogo paulista, foi identificado que o cérebro foi capaz de se adaptar facilmente e aceitar estímulos vindos de fora do corpo e até mesmo aprender a processar luz infravermelha gerada por um sensor artificial.
Fonte: Tribuna do Norte