O Ministério Público do Rio Grande do Norte abriu um inquérito civil para investigar a suposta prática de ato de improbidade administrativa que teria sido praticado pelo atual prefeito de Natal, Álvaro Dias (MDB) e pelo ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, atual candidato a governador do estado pelo PDT.
A investigação vai apurar se Carlos Eduardo e Álvaro Dias autorizaram o aumento da tarifa do ônibus de Natal em troca de recebimento de propina em forma de doação eleitoral que seria realizada por um empresário, proprietário de uma empresa de ônibus, para as candidaturas de Carlos Eduardo a governador e de Adjuto Dias, filho de Álvaro Dias, para deputado estadual.
A portaria do dia 28 de agosto determinou a abertura do inquérito civil, mas não foi publicada no Diário Oficial do Estado, porque o promotor substituto Márcio Cardoso Santos, da 44ª Promotoria do Patrimônio Público de Natal, determinou o sigilo da investigação. Porém, o G1 e a Inter TV Cabugi tiveram acesso ao documento em pesquisa pública dentro do próprio site do Ministério Público.
Em nota, a Prefeitura de Natal afirmou que “o reajuste tarifário do transporte público segue critérios eminentemente técnicos e um processo que é regulamentado por lei” e “foi aprovado por deliberação independente do Conselho Municipal de Transportes e Mobilidade Urbana (CMTMU), composto por 31 membros”.
Procurada, a assessoria do candidato Carlos Eduardo afirmou que não teve acesso ao inquérito e que ele não vai se pronunciar no momento. O G1 também procurou as assessorias de Álvaro e Adjuto Dias sobre o assunto, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.
O G1 entrou no site do Tribunal Superior Eleitoral para consultar as doações aos candidatos citados, mas os dados não estavam disponíveis
Aumento:
A tarifa de ônibus da capital potiguar foi reajustada em maio deste ano, após aprovação do Conselho Municipal de Transportes. A passagem passou de R$ 3,35 para R$ 3,65 – um crescimento de 8,96%. O aumento foi homologado por decreto do prefeito Álvaro Dias (MDB). Em contrapartida ao aumento, os empresários deveriam construir 50 novos abrigos e recuperar seis estações de transferência.
G1 RN