No livro “São Paulo do Potengi”, escrito pelo Padre José Marins (1965, p. 30), há um registro de uma situação de grave vulnerabilidade social, a qual impulsionou o Monsenhor Expedito e a prostituta (cujo nome não foi relatado) a uma ação misericordiosa. Vejamos.


Esteve aqui uma prostituta, trazendo a jovem que pela manhã apareceu em sua casa. Disse-me ela:


 – “O senhor sabe, esta criatura não pode ficar na minha casa. É moça. Precisamos arranjar algum lugar onde possa morar. Naquele ambiente lá de casa é que ela não vai ficar.”

– “Quem era?”


 – “A pobre criatura contou-me sua história. Saíra de sua casa aos doze anos, para ser artista de circo (trapezista). Depois o pai não mais a quis de volta. Estava aos quinze anos, sem família, sem circo, sem ninguém por ela. Por duas vezes intentara beber veneno”.


Monsenhor Expedito compreendeu a misericordiosa caridade da prostituta, que desejara fazer o bem à jovem desamparada. escreveu uma carta ao pai da menina e providenciou para que a equipe feminina da paróquia a acolhesse, conseguisse uma passagem de volta e orientasse aquela pobre criatura. Uma assistente social assumiu o caso.


“Escrevi ao pai dela — referiu-me mais tarde o monsenhor — como São Paulo agiu a respeito de Onésimo… Disse: ‘Recebe sua filha! É uma miserável sozinha no meio do mundo. Já está até meio biruta pelo sofrimento'”.



O pai aceitou sua filha de volta.



Dia 13 de dezembro vindouro celebraremos juntos em São Paulo do Potengi,o centenário de nascimento do “Profeta das Águas.

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