Alvo de reportagens e artigos de opinião em jornais e revistas do mundo todo, o candidato do PSL para a Presidência da República, Jair Bolsonaro, tem chamado a atenção não apenas por liderar as pesquisas eleitorais. Mas, sobretudo, pelo seu perfil e pela ameaça que representa, segundo todas as publicações, à democracia brasileira.
Referência para investidores no mundo inteiro, o britânico Financial Times publicou nesta sexta-feira (5) o artigo “O ‘destino trágico’ do Brasil com a rebelião antidemocrática surgindo novamente”. O texto atribui à raiva a liderança do candidato do PSL nas pesquisas e lembra ter esse mesmo sentimento sido capturado pelos motoristas de caminhão na greve de maio passado.
“Se Bolsonaro, um apoiador da ditadura militar do Brasil e até recentemente um párea político, se comprovar um desastre como presidente, tanto melhor. O sistema político implodiria, e o Brasil poderia recomeçar de novo”, afirmou o correspondente do FT em São Paulo, Joe Leahy.
“Para um eleitorado raivoso, o ardente Bolsonaro pode ser o candidato perfeito — um homem-granada com o pino removido, pronto para jogar no sistema político moribundo do Brasil.”
O jornal francês Libération, em seis páginas publicadas nesta quinta-feira (4), resumiu o candidato como “racista, homofóbico, misógino e pró-ditadura”. Suspirou em seguida: “E ele ainda seduziu o Brasil”.
A revista The Economist trouxe na capa da última edição seu rosto em amarelo, sob fundo verde, com a manchete: “A última ameaça da America Latina”. Na reportagem, o chama de “um populista de extrema direita” e adverte os brasileiros para o risco de, ao elegerem Bolsonaro, “correrem o risco de tornar tudo pior”.
Ao descreverem candidatos e processos eleitorais, os meios estrangeiros tendem a sintetizar aos seus leitores os perfis dos concorrentes, as perspectivas e riscos para o país, as idiossincrasias locais de uma maneira que a imprensa nacional tende a fazer apenas em editorais e artigos de opinião.
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