O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.
Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Atualmente existe uma série de estudos que procuram reconstituir a biografia desse importante personagem da resistência à escravidão no Brasil.
Por que dia 20 de novembro?
A data da morte de descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam.
Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil. Por essa razão, o Treze de Maio, data em que a abolição da escravatura aconteceu, foi deixado de escanteio. O argumento utilizado é que o Treze de Maio representa uma “falsa liberdade”, uma vez que, após a Lei Áurea, os negros foram entregues à própria sorte e ficaram sem nenhum tipo de assistência do poder público.
Do Blog. Precisamos ter a consciência e colocar essa consciência em prática, de que independente de cor, raça, sexo, nacionalidade, religião, posição econômica, política e social… somos todos e todas, cidadãos e cidadãs, filhos e e filhas de Deus. Sendo assim, precisamos acima de tudo nos respeitar e dizer não com veemência a todo tipo de racismo, preconceito e discriminação, parta de onde partir.
Artigo bastante oportuno e esclarecedor. Parabéns ao blog!!
O Dia da Consciência Negra ganha cada vez mais importância e expressividade, sobretudo num mundo como o nosso, no qual se tem tornado comum atos discriminatórios e violentos contra a raça negra, como o caso de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado e morto por dois seguranças em um supermercado Carrefour em Porto Alegre, na noite desta quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra.
É totalmente absurdo que em pleno século 21 tenhamos ainda de assistir a barbaridades contra negros, como essa que ceifou – de forma covarde e brutal -, a vida de João Alberto.
O racismo é um vício social abominável !!
As ofensas preconceituosas e desprezíveis que se vê todos os dias, sobretudo nas redes sociais, contra nossos irmãos negros são próprias de pessoas fúteis e vazias de Deus, criaturas sem luz, espíritos infelizes movidos por uma mente pequena e manifestamente estúpida.
O preconceito racial, porém, não é um sentimento que brota de repente, da noite para o dia. Ninguém nasce racista. O racismo, como todas as demais formas de preconceito, é produto de um aprendizado que tem suas raízes, muitas vezes, no seio da própria família. Lamentavelmente !!
Os que alimentam essa insana ilusão de superioridade racial sobre os negros deveriam, antes de tudo, lembrar que somos todos produto de semelhante genética e filhos de um mesmo Deus, e neste sentido, não podemos negar que somos todos irmãos.
Para refletir sobre o tema, segue um excerto do poema do professor Eduardo de Oliveira (1926-2012), fundador do Congresso Nacional Afro-Brasileiro.
LAMENTO NEGRO”
(Eduardo de Oliveira , livro Banzo/1965)
Eu sinto em minhas veias
o grito dos cafezais.
Enxergo em minhas mãos a sombra
dos meus irmãos
vergastados pelo chicote
dos senhores da terra.
Aqueles que carregam o Brasil nas costas
não têm túmulos
nem legendas;
seu sono não é velado,
seu nome ninguém conhece.
Hoje eles seguem a sina
de uma sorte inglória…
de um destino obscuro.
Como as grandes noites
que se debruçam no parapeito
do tempo, para espiar o mundo,
a minha raça vem contemplando
e trabalhando para a ventura alheia,
debruçada na grande noite
do desespero.
Hoje, se o progresso despeja-se
pelos jardins do meu tempo,
a Pátria que agora é minha
chora prantos de café.
A pátria de hoje
É um pedaço de tristeza
e de soluço dos meus avós,
atirada pelas tumbas sem legendas.
Os meus ancestrais
foram vassalos dela…
escravos dela
e se esqueceram de viver.
A grandeza da minha terra
tem seus pés fincados
na alma da minha gente,
na fome da minha gente,
oculta nos presídios,
nos mocambos, nas favelas,
na hemoptise que escreve com sangue
a sorte da minha raça.
Não mais farei versos bonzinhos
para o agrado dos meus novos senhores.
Escuta, “Capitão do Mato”:
Daqui por diante
só cantarei o destino da gente
que estua em meu sangue de negro.
Meu poema terá o gosto amargo
do desespero do meu povo.
[…]
Se a turbulência das praças
arrastarem as multidões
amotinadas pela fome
lá estará o meu grito de rebeldia.
Ser negro é sentir a pujança telúrica
das raças infelizes.
Senzalas, ritos, cafezais
são símbolos de ontem
que relembram escravidão.
Favelas, salários, sindicatos,
são emblemas de agora, chicoteando
o rosto de meus irmãos.
Artigo bastante oportuno e esclarecedor. Parabéns ao blog!!
O Dia da Consciência Negra ganha cada vez mais importância e expressividade, sobretudo num mundo como o nosso, no qual se tem tornado comum atos discriminatórios e violentos contra a raça negra, como o caso de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, espancado e morto por dois seguranças em um supermercado Carrefour em Porto Alegre, na noite desta quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra.
É totalmente absurdo que em pleno século 21 tenhamos ainda de assistir a barbaridades contra negros, como essa que ceifou – de forma covarde e brutal -, a vida de João Alberto.
O racismo é um vício social abominável !!
As ofensas preconceituosas e desprezíveis que se vê todos os dias, sobretudo nas redes sociais, contra nossos irmãos negros são próprias de pessoas fúteis e vazias de Deus, criaturas sem luz, espíritos infelizes movidos por uma mente pequena e manifestamente estúpida.
O preconceito racial, porém, não é um sentimento que brota de repente, da noite para o dia. Ninguém nasce racista. O racismo, como todas as demais formas de preconceito, é produto de um aprendizado que tem suas raízes, muitas vezes, no seio da própria família. Lamentavelmente !!
Os que alimentam essa insana ilusão de superioridade racial sobre os negros deveriam, antes de tudo, lembrar que somos todos produto de semelhante genética e filhos de um mesmo Deus, e neste sentido, não podemos negar que somos todos irmãos.
Para refletir sobre o tema, segue um excerto do poema do professor Eduardo de Oliveira (1926-2012), fundador do Congresso Nacional Afro-Brasileiro.
LAMENTO NEGRO”
(Eduardo de Oliveira , livro Banzo/1965)
Eu sinto em minhas veias
o grito dos cafezais.
Enxergo em minhas mãos a sombra
dos meus irmãos
vergastados pelo chicote
dos senhores da terra.
Aqueles que carregam o Brasil nas costas
não têm túmulos
nem legendas;
seu sono não é velado,
seu nome ninguém conhece.
Hoje eles seguem a sina
de uma sorte inglória…
de um destino obscuro.
Como as grandes noites
que se debruçam no parapeito
do tempo, para espiar o mundo,
a minha raça vem contemplando
e trabalhando para a ventura alheia,
debruçada na grande noite
do desespero.
Hoje, se o progresso despeja-se
pelos jardins do meu tempo,
a Pátria que agora é minha
chora prantos de café.
A pátria de hoje
É um pedaço de tristeza
e de soluço dos meus avós,
atirada pelas tumbas sem legendas.
Os meus ancestrais
foram vassalos dela…
escravos dela
e se esqueceram de viver.
A grandeza da minha terra
tem seus pés fincados
na alma da minha gente,
na fome da minha gente,
oculta nos presídios,
nos mocambos, nas favelas,
na hemoptise que escreve com sangue
a sorte da minha raça.
Não mais farei versos bonzinhos
para o agrado dos meus novos senhores.
Escuta, “Capitão do Mato”:
Daqui por diante
só cantarei o destino da gente
que estua em meu sangue de negro.
Meu poema terá o gosto amargo
do desespero do meu povo.
[…]
Se a turbulência das praças
arrastarem as multidões
amotinadas pela fome
lá estará o meu grito de rebeldia.
Ser negro é sentir a pujança telúrica
das raças infelizes.
Senzalas, ritos, cafezais
são símbolos de ontem
que relembram escravidão.
Favelas, salários, sindicatos,
são emblemas de agora, chicoteando
o rosto de meus irmãos.