Santo Tito, é funcionário aposentado do Banco do Brasil

A situação da Represa Billings, um dos maiores e mais importantes reservatórios de água da Região Metropolitana de São Paulo (SP) que, devido ao descuido do poder público, as edificações avançaram de maneira tão desordenada que é praticamente impossível retroceder no tempo para moderar a ocupação que se alastrou desenfreadamente. A solução encontrada pela prefeitura foi a desapropriação/compra do pouco de floresta nativa remanescente que ainda existe em volta da represa.

Aqui em São Paulo do Potengi, enquanto a prefeitura direciona a sua visão administrativa para um espelho ambiental do centro da cidade, como se fora guiado por um desenho de maquete, a nossa barragem Campo Grande, o melhor e imprescindível equipamento turístico, explode em construções e comércios. Nada contra a explosão imobiliária, um setor que abriga a maioria dos trabalhadores e cujo aquecimento pode se reverter em um polo turístico de grande valia para os cofres públicos. No entanto, é necessário rever o aspecto agressão ao meio ambiente. Que tipo de infraestrutura o poder executivo pode implantar para que a nossa mais importante reserva d’água não saia dessa batalha ferida de morte?

Lá na Represa Billings, onde atualmente está em curso projeto de proteção e recuperação às suas margens, por meio da ocupação adequada e do uso sustentável do território, contribuindo para a melhoria das condições habitacionais da população; a redução das cargas poluidoras afluentes ao reservatório; e a proteção ambiental do manancial, é um exemplo nem um pouco interessante, mas pode balizar formas de minimizar os problemas futuros/presentes que já estão na visão de quem respeita os sinais negativos que o meio ambiente está enviando.

A Barragem Campo Grande, um lago artificial emoldurado na nossa paisagem, tal qual o Lago Paranoá em Brasília, entre tantos outros modelos, são reflexos de transformação da natureza pelo homem em seu benefício. Porque então deixar que ele mesmo, o próprio homem, o construtor, se transforme numa hecatombe ambiental?

São inúmeros os fatores que poderiam levar a uma poluição hídrica. A deficiência da coleta e de tratamento de esgoto doméstico e de efluentes; a lentidão para a despoluição; o aumento irregular de imóveis e desmatamento no entorno da fonte hídrica; como também o despejo irregular de efluentes agrícolas e de resíduos sólidos.
Ainda está em tempo. E não digam que não houve aviso!

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