
O sanitarista João Marcelo, natural de São Paulo do Potengi (RN), vem se destacando nacionalmente por sua atuação em defesa dos direitos dos pós-graduandos e residentes em saúde. Atualmente, ele representa os residentes na Comissão Nacional de Residências Multiprofissionais em Saúde, vinculada ao Ministério da Educação (MEC), sendo uma das principais vozes da categoria dentro do governo federal.
À frente da mobilização nacional promovida pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), João Marcelo é um dos articuladores da campanha “Vida Além da Carga Horária”, que denuncia as duras condições enfrentadas pelos profissionais em formação nas residências em saúde. Enquanto diversos trabalhadores lutam para superar a lógica do regime 6×1 — seis dias de trabalho para um de descanso —, os residentes enfrentam uma realidade ainda mais dura: são 60 horas semanais obrigatórias, uma carga superior até mesmo à de um regime 7×0 (sete dias por semana, sem descanso), que totalizaria 56 horas. Ou seja, mesmo sem folga alguma, ainda seriam menos horas do que a carga atual imposta aos residentes.
“A realidade das residências é massacrante. Além das 60 horas, há plantões estendidos, atividades complementares e demandas que extrapolam o tempo oficial de trabalho, comprometendo a saúde mental e a qualidade da formação dos profissionais”, explica João Marcelo.
A presença de João Marcelo em um espaço estratégico do Ministério da Educação representa um passo importante para que os residentes em saúde tenham suas vozes ouvidas nas instâncias de poder. Sua atuação reafirma que a luta por dignidade, justiça social e valorização do trabalho em saúde também passa pelos corredores das universidades e das instituições públicas. É a juventude potengiense ocupando o centro das decisões e construindo, com coragem e compromisso, em defesa de um SUS de qualidade e um futuro mais justo para a formação em saúde no Brasil.