Na manhã desta terça-feira, 21 de agosto, aconteceu no Auditório Fabião das Queimadas no Campus do IFRN, em São Paulo do Potengi, um importante debate (espécie de Audiência Pública) para tratar da instalação de uma Mineradora (multinacional) no PA Potengi, Projeto de Assentamento Rural localizado entre os municípios de Serra Caiada e Lagoa de Velhos, para a exploração de ferro.

Participaram do Debate, representantes do INCRA, do IGARN, do IFRN, do IDEMA, da Agência Nacional de Mineração (por vídeo), das Federações FETARN, FETRAF e dos Pescadores do RN, Sindicatos, Colônia dos Pescadores, o prefeito de SPP Eugênio Pacelli, ex-prefeito Naldinho, Dra. Râmida, representando o prefeito Joãozinho, de Serra Caiada, vereadores, dentre eles, João Cabral e Alysson (SPP), Território Potengi, Comitê da Bacia Hidrográfica do Potengi, Secretários Municipais, a exemplo de Rodrigo, secretário do Meio Ambiente de SPP, e da Sociedade Organizada.

Foi um encontro bastante participativo, democrático, onde quem desejou teve o direito de fala e de questionamentos, de determinados esclarecimentos, e que a bem da verdade deixou várias dúvidas sem respostas.

O evento, coordenado pelo senhor Procópio, atual Diretor Técnico do IGARN, iniciou sua fala pregando o diálogo, afirmando que o progresso é importante, porém que é preciso analisar com seriedade e respeito seus impactos positivos e negativos.

O Superintendente estadual do INCRA, o senhor Adans numa fala firme e bastante esclarecedora, disse aos presentes que estudar melhor e com maior atenção a respeito dos impactos do Projeto, especialmente para os assentados que estão no PA Potengi há 27 anos, onde construíram suas vidas, famílias, situação econômica… e que poderão ser transferidos para outros lugares, gerando um grande impacto humano. “Eles precisam ser ouvidos e respeitados”, valendo dizer que existe um clima de aflição entre eles,” concluiu o Superintendente.

O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário no RN, foi bastante enfático nas suas palavras: “Áreas de recarga e de aquíferos , a exemplo da Região Potengi, são meio que inviáveis e sem futuro para a exploração mineral”.

Dra. Râmida, representando o município de Serra Caiada onde está instalado o PA Potengi, cobrou uma maior transparência em todo o processo de instalação da mineradora, pois são 240 famílias assentadas que poderão ser bastantes impactadas em suas vidas.

O ex-prefeito de São Paulo do Potengi, Naldinho, chamou a atenção para uma outra situação bastante preocupante para os potengienses. A retirada da água em grande quantidade da Barragem Campo Grande, pela mineradora através de uma adutora para a lavagem do minério, fato que poderá fazer com que o reservatório seque rapidamente provocando sérios prejuízos para os pescadores, pra quem vive da agricultura irrigada e pra todos que utilizam a referida água.

O secretário municipal do Meio Ambiente de São Paulo do Potengi, Rodrigo Amaro, falando em nome da Prefeitura, afirmou que o Poder Público Municipal está atento a situação em pauta e pronto para defender os interesses da população potengiense.

No final do encontro foram tirados os seguintes encaminhamentos: Novos debates precisam ser realizados em cidades diferentes, envolvendo o maior número de autoridades e sociedade organizada possível.

Cobertura completa no @instagramblogsilverioalves com vários vídeos e depoimentos.

Voltaremos ao importante assunto.

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