Compra de voto? EUA se dividem sobre sorteios milionários de Elon Musk

Por Santo Tito

Compra de voto? EUA se dividem sobre sorteios milionários de Elon Musk
Faltando duas semanas para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, o grande assunto por lá é o bilionário Elon Musk. Mas nada tem a ver com uma de suas empresas, a Tesla ou a SpaceX. Também não tem relação nenhuma com o X (antigo Twitter).
Musk virou notícia por causa de sorteios milionários que vem realizando há alguns dias. No último sábado (19), ele entregou um cheque de US$ 1 milhão a um participante do comício republicano em Harrisburg, Pensilvânia.
O evento foi organizado pelo America PAC, um grupo criado pelo próprio bilionário para apoiar Donald Trump na disputa de 5 de novembro. Vale destacar que os PACs são comitês previstos na legislação americana – e servem para as pessoas doarem dinheiro ou apoiarem seus candidatos.
Ao mesmo tempo que isso é legal, a lei não permite que você compre o voto de alguém. É crime federal. Musk, no entanto, alega que não está fazendo isso. Segundo ele, sua iniciativa visa apenas compensar algumas pessoas que assinarem uma petição em defesa da liberdade de expressão e das armas. O empresário se aproveitou de algumas brechas na lei para dar dinheiro a eleitores na Pensilvânia; democratas devem pedir investigação.
O problema é que esse prêmio de US$ 1 milhão só vale para quem: 1) assinar a petição; 2) for um eleitor registrado e apto a votar; e 3) morar em Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia ou Wisconsin. Democratas querem investigação. Esses 7 estados citados acima são os chamados estados-pêndulo. Diferentemente do que ocorre no Brasil, o vencedor das eleições americanas não é aquele que obtém o maior número total de votos, mas sim aquele que vence na maior quantidade de estados.
Historicamente, existem estados americanos que são democratas e outros que são majoritariamente republicanos. Historicamente também, existem aqueles estados que votam ora em um, ora em outro – e eles receberam o nome de pêndulo justamente por esse movimento de ir para um lado e para o outro. Acontece que os 7 estados escolhidos por Musk para participarem do sorteio milionários são justamente aqueles que podem definir o vencedor da disputa.
O governador da Pensilvânia, o democrata Josh Shapiro, defendeu uma investigação do caso. Na Pensilvânia, aliás, Musk prometeu não só o sorteio de US$ 1 milhão, mas também US$ 100 para cada signatário que indicar outro. Os democratas avaliam tomar alguma medida contra essa iniciativa do bilionário – que pode acabar indo para o tribunal. O problema é que faltam poucos dias para a eleição, ou seja, não daria tempo de parar esses sorteios. Lembrando que as eleições dos EUA estão marcadas para o dia 5 de novembro, uma terça-feira. O embate se dará entre a atual vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump. O resultado costuma demorar, uma vez que o país ainda utiliza o voto impresso (e a contagem é manual).
Como funciona no Brasil? No Brasil, compra de votos também é crime! E não estamos falando somente em dinheiro. Oferecer um cargo público, por exemplo, também é ilegal se isso for vinculado ao voto. A chamada captação de sufrágio se caracteriza quando um candidato oferece bens ou vantagens pessoais a um eleitor em troca de seu voto. A prática é proibida desde o registro da candidatura até o dia da eleição. Se comprovada, a irregularidade pode levar à cassação do registro ou diploma do candidato – além da aplicação de uma multa.

As informações são do The Verge

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