O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia possibilidade de comparecer à manifestação nacional contra o presidente Bolsonaro marcada para o próximo sábado (19) na Avenida Paulista, em São Paulo. Até esta quarta-feira (16), ponderava tanto conselhos contrários quanto favoráveis a sua presença nas ruas.
A tendência, segundo pessoas próximas ao petista ouvidos pela Folha, era que ele descartasse a hipótese diante do risco de contaminar eleitoralmente a mobilização, convocada por partidos com o PT, PSOL e PC do B, Centrais Sindicais, movimentos sociais, organizações estudantis e coletivos progressistas.
Embora em público exista apoio à participação de Lula, nos bastidores se revelou o temor de que o gesto possa servir de combustível para a narrativa bolsonarista que busca tachar os protestos da oposição como evento de apoio ao ex-presidente, maior rival de Bolsonaro para as eleições de 2022.
Uns dos argumentos que desincentivam a ida de Lula foi apresentados por quadros do PT ligados à área da saúde e que acompanham os avanços da pandemia da Covid-19. O alerta foi o que seria impossível evitar aglomerações em torno do ex-presidente em um ambiente público.
Folha de S. Paulo