Do Agora RN – O vigilante José Marcos de Oliveira, de 51 anos, deixou o presídio de Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal, na manhã de quarta-feira 15. Ele havia sido denunciado de um suposto abuso sexual contra um bebê de 10 meses dentro do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) no último fim de semana. No entanto, um laudo do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) confirmou não ter havido qualquer prática criminosa. Durante entrevista concedida hoje, ele comentou: “minha vida ficou destroçada”.

José tinha acabado de dar um cochilo no hospital, onde estava acompanhando o filho doente. Momentos depois, foi chamado por vigilantes e policiais que lhe deram voz de prisão.

“Para mim foi um momento de constrangimento, até por causa da minha profissão [de vigilante]. A minha profissão não pode ter vínculo com nada de justiça e eu ser acusado de um crime desse, bárbaro, jamais”, conta.

O vigilante falou que foi pego de surpresa, quando viu a chegada dos policiais. Em todo o momento, ele foi apontado como estuprador, mas negou a todas as acusações. No momento em que foi detido, o filho dele ficou sozinho no hospital.

Ele só teve clareza da situação quando chegou na Delegacia de Plantão da Zona Norte, onde foi chamado de estuprador por um policial e a delegada falou sobre o exame do HUOL, que teria dado positivo para abuso, mas foi confrontado com o resultado do laudo do Itep-RN recentemente.

“A gente perdeu praticamente tudo porque, nesse intervalo, o policial orientou a ela [esposa de José] não ir para casa. Ela teve que ligar para os irmãos dela para vir de Santa Cruz para desmontar tudo porque a gente ficou com medo. A gente tirou até o carro que a gente tem e esconder porque ela ficou com medo de represália, tocar fogo e fazer esses negócios”(sic), disse.

Luciana Silva, esposa de Marcos, também comentou que em Natal as pessoas não sabiam quem era o marido e o crime de acusação, mas dentro do hospital já haviam comentários.

“Eu desmontei tudo que tinha dentro de casa, a gente ficou sem nada, o que tinha de comida eu pedi para minha mãe levar porque não tinha o que fazer. Eu disse, eu vou ter que morar em um hospital até eu resolver o que fazer da minha vida com meu filho”, conta a mulher.

José Marcos agora diz que vai retornar à vida e deve ir em busca dos seus direitos na justiça após o ocorrido.

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