Foto ilustrativa de Luiz Gonzaga, rei do baião, 0 maior ícone da música popular junina no Nordeste, no Brasil e no Mundo.

Recebi do meu irmão (via Zap) o Arte Educador Hélder José, defensor ardoroso da cultura popular nordestina e da boa música, o poema de Braúlio Tavares, “Deixe Junho pro São João”.

Os versos de Braúlio, poeta nordestino dos bons, chama a atenção para a invasão inconsequente de outros ritmos musicais nos festejos juninos, na maioria das vezes sufocando, deixando de lado a nossa cultura musical junina que é bonita demais.

Caro(a) leitor(a), vale a pena ler, refletir e tirar suas conclusões sobre o ótimo poema de Braúlio Tavares, “Deixe Junho pro São João”.

Deixe o batuque do axé
pro carnaval da Bahia
e q a insana pornografia
não toque no arrasta-pé.
Rapariga e cabaré?
Em nenhuma ocasião.
E o forró da ostentação
Reinando o falso interesse?
Não faça um negócio desse,
Deixe junho pro São João.

Pelo menos uma vez
Esqueça Michel Teló
E deixe eu dançar forró
Os trinta dias do mês.
Um disco de Marinês,
O gogó de Assisão
E o nosso Rei do Baião,
Cantando Zé Marcolino,
Só esse mês é junino,
Deixe junho pro São João.

Com seu povo tenha zelo,
Respeite nossa raiz,
Não ouça o cantor que diz
Que o melhor é o desmantelo.
Deixe a escova do cabelo
De Wesley Safadão
Pro Programa do Faustão
Que aqui é outra lisura,
Não mate nossa cultura,
Deixe junho pro São João.

Deixe a tal da muriçoca
Se enganchar no mosqueteiro,
Contrate Alcimar Monteiro
Que nossa música toca.
Deixe o funk carioca
Tremendo seu paredão
Pra quando uma guarnição
Passar baixando o volume,
Perca esse fútil costume,
Deixe junho pro São João.

Nós precisamos parar
A superficialidade,
Pois cultura de verdade,
Jamais pode se apagar.
É triste se constatar
Essa covarde inversão,
E o povo sem ter noção
Do próprio valor que tem:
Faça a você esse bem:

DEIXE JUNHO PRO SÃO JOÃO!

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