
Por @silverioalvesfilho
Desde criança, não sou muito fã de circo. Nunca vou. Mas, quando vou, fico feliz por ter ido.
Ontem, 11, fui com a família ao Circo do Fuxinquinho, que está por São Paulo do Potengi.
Pessoas sentadas em arquibancadas e cadeiras, devidamente assentadas sobre a terra batida.
Entra o primeiro palhaço, cujo nome não me recordo. “Hoje o circo tá diferente, mais cadeira do que gente”, afirma, para a risada de todos. Humildade do palhaço. O circo estava lotado.
Prossegue o show: malabarismo, contorcionismo, globo da morte, acrobacias nas alturas. Tudo que um espetáculo deve ter.
Em dado momento, entra Fuxiquinho, “o showman”, segundo meu pai.
Fuxiquinho tem trejeitos próprios, tem uma marca: voz, os gritos agudos, o “gaguejado”. E o olhar. Algumas piadas ele conta em silêncio, só pelo olhar. E a galera cai na gargalhada.
Este circo, em especial, tem forte ligação com São Paulo do Potengi. Quando estão por aqui, parte do show é feito pela própria comunidade.
Como quando Pelisson, homossexual e deficiente auditivo, pertencente às “camadas vulneráveis” da comunidade potengiense, é transformado por Fuxiquinho em estrela do palco, tendo, lá, uma oportunidade de se expressar que muitas vezes não lhe é fornecida pela sociedade.
Os anos de experiência dão a Fuxiquinho a capacidade de leitura dos sentimentos dos espectadores, bem como a percepção de como fazer as pessoas participarem do espetáculo.
A colaboração direta do público com o show aumenta ainda mais a conexão existente entre o circo e quem o visita.
De fato, como eu disse acima: nunca vou ao circo, mas, quando vou, fico feliz por ter ido.
