Por @silverioalvesfilho

Houve um tempo em que eu me identificava como “conservador”.

Seguia a filosofia política de Roger Scruton e a teologia de Bento XVI, os quais ainda admiro, embora seja eu hoje “progressista”.

Criticava fortemente os “progressistas” que utilizavam Jesus para finalidades políticas, tratando-O apenas como um “líder revolucionário”, e não como Filho de Deus.

Depois percebi que eu também fazia isso, só que para os “fins políticos conservadores”.

Agora, busco não agir mais assim.

Procuro ver no Evangelho o que ele é de fato, por isso, quando escrevo sobre fé, não escrevo com fins políticos.

No artigo sobre Malafaia, tive o cuidado de fundamentá-lo biblicamente do início ao fim, desde a predominância hermenêutica do Novo sobre o Antigo Testamento, passando pela separação entre o Reino de Deus e projetos políticos de poder, até a simbologia da oposição bíblica entre Jesus e Barrabás.

Recebi muitas críticas, mas quase nenhuma enfrentava os argumentos do meu artigo.

“E Lula, escolheria quem?!, “tu fala isso porque é de esquerda”, “vai falar sobre outra coisa!”, foram alguns dos comentários.

Eu respondia: “mas e o artigo, ele está errado? Se sim, por qual motivo?”.

Não me respondiam, como se fosse mais importante me atacar pessoalmente, do que mostrar que o texto estava “biblicamente errado”.

Continuarei criticando os que utilizam o evangelho para fins políticos, tanto os de direita quanto de esquerda.

Todos temos posições políticas, mas nossa esperança deve estar em Cristo, não em políticos de estimação.

Nos próximos dias falarei sobre quem instrumentaliza a fé para projetos de esquerda.

Peço que façam suas críticas nos comentários, mas tentem focar no teor do texto e na busca sincera pela verdade.

Peço que, de agora em diante, possamos refletir com sinceridade sobre o assunto, deixando de lado nossas paixões e vaidades.

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