Foto ilustrativa

Por Santo Tito, funcionário aposentado do Banco do Brasil

O INSS diz quando vai pagar os beneficios; a Receita Federal informa quando começa e quando termina a declaração de renda; a CBF informa as datas das eleminatorias para a Copa do Mundo; o STE informa a data das eleições; nós sabemos o horário de abertura e fechamento do comercio; a TV por assinatura informa o dia e horário dos jogos de campeonato; normalmente sabemos os dias e horário da coleta de lixo; sabemos sobre todas datas dos feriados municipais, por isso, em função do cronograma dessas datas e horários, sabemos como nos posicionar em cada circunstancia.

Também sabemos da importância do ar que respiramos e da água para a manutenção da vida.

Diferentemente do ar, cujo único dono é a natureza, e sobre a qual não detemos nenhum poder, a não ser o de criar as condições para destruí-la. O que não sabemos é quando ela, a água, deixa de chegar em nossas torneiras; quando ela volta; quais os bairros a serem abastecidos, qual a cronologia a ser utilizada; se existe algum problema com as máquinas; dificuldades com desvios que não são bem vistos nos roteiros dos canos que abastecem as caixas d’água.

No entanto, tai um problema simples de ser contornado. Temos quase certeza que Zé Luiz Bregão, aquele funcionário do Hospital Regional, dono de um carro de som, ser for contactado, rapidamente resolveria esse pequeno impasse entre quem de direito e os padecentes do outro lado. O que não pode é a população ficar à mercê desse sofrimento, dessa agonia.

Sabedores do que acontece na linha de fornecimento do precioso bem, todos compreenderiam a situação e saberiam como agir.

Imaginem levantar pela manhã com café e almoço para ser feito, a roupa para lavar, utilizar o banheiro, lavar o rosto, as mãos, algo que vai se repetir à noite e no dia seguinte novamente.

No entanto é bem possivel que estejamos malhando em ferro frio, pois este não é um problema atual. É desde sempre. Mas, como o mundo, mesmo sem sair do lugar, dá muitas voltas, é bem possivel que até o começo da próxima geração esse seja um probleminha contado como uma estorinha da pré-historia. Mesmo assim, o povo da periferia não merece tanta indiferença. A Casa de Repouso Luzinete Cardoso também.

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