Por @silverioalvesfilho
Nunca fomos tão ansiosos e depressivos.
Dentre tantos fatores responsáveis por isso, estão uma preocupação excessiva com o que fizemos ou não no passado e com o que conquistaremos ou não no futuro.
Grande parte dessa preocupação deriva de um desejo desesperado de “conquistar o quanto antes” o que o conteúdo que consumimos nas redes sociais diz que devemos conquistar.
O carro do ano, o relógio caro, a viagem inesquecível, o casamento perfeito.
Nos cobramos na realidade por não termos conquistado ainda o que os outros conquistaram, ou, na maioria das vezes, fingem ter conquistado.
Numa conjuntura dessas, considero relevante as palavras do imperador filósofo Marco Aurélio, segundo o qual:
“a única coisa de que o homem pode ser despojado é o presente, uma vez que isso é tudo o que ele possui, e ninguém pode perder o que não é seu”
(Meditações, livro 2, parágrafo 14).
Nem o futuro nem o passado nos pertencem, porque a eles não temos acesso.
Não podemos perder o que não temos.
E, embora possamos aprender com o passado e planejarmos o futuro, o que temos de fato é apenas este instante fugaz chamado “agora”.
E isso é libertador.