Foto ilustrativa/reprodução
Por Santo Tito
Começamos pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Deputados quando pauta discutir sobre a proibição do aborto em todos os casos, incluindo estupro. Agora é a vez da diminuição da jornada de trabalho de 44 semanais para 36. Lembrando que esta PEC, no seu início, cogitava que a jornada de trabalho fosse de apenas 28 horas semanais.
Ao invés de olharmos apenas para nossos umbigos, é chegada a vez de, novamente: “Uma necessidade se torna imperiosa para o brasileiro médio, aquele que consegue interferir na política do seu estado. Além da necessidade de ter conhecimento do que acontece na capital Brasília, mais exatamente no congresso nacional, é necessário ter consciência do que vai a plenário lá, e reverbera aqui, as vezes com impactos bastante negativos. Vejam o que está acontecendo agora lá que pode criar situações bem delicadas aqui. ” Outra vez!
São dois aspectos que estão apensos apenas aos legislares lá colocados pelos eleitores que não estão sendo ouvidos. A sociedade precisa ter conhecimento, precisa participar. Ou os dois lados vão ficar fora dessa discussão? Nesse caso em questão, os trabalhadores estariam satisfeitos em trabalhar menos sem redução de salários, ao contrário do empresariado que precisaria vender mais todos os dias para poder cobrir o aumento das suas despesas e atender a todo um governo ávido por recursos, que ora busca trazê-los com a redução de despesas em setores essenciais.
Aqui não se trata de países nórdicos (Suécia, Noruega, Islândia, Finlândia, Dinamarca), países que têm semelhanças como alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e nível educacional. É certo que os avanços tecnológicos muito têm contribuído para que essa redução aconteça, porém, o trabalhador brasileiro ainda não atingiu o nível de qualificação para chegar a este estágio. Não podemos, açodadamente, partir para esse tipo de discussão sem primeiro estarmos qualificados para discutir um assunto tão sensível.
Com certeza muitas das pequenas empresas, as que mais empregam, irão a falência. Como ficaria a situação da saúde, dos serviços, bares restaurantes (cujos clientes querem comer bem, pagando menos), do comercio em geral? Outrossim, o que apenas interessa realmente é colocar mais lenha nessa fogueira política, pois eles, os congressistas, têm um custo Brasil pra lá dos 7 milhões anuais (cada um), e isso faz com que se sintam tão superiores a ponto de não necessitar ouvir os mais de 200 milhões de brasileiros.
Resumindo o assunto. Somos tão omissos quanto aos nossos próprios interesses, que até o presente momento não temos uma noção real do que seja a implantação dessa mineradora que vai se instalar na região. Diz-se até que o Parque Mandacaru, em Lagoa de Velhos, será atingido por esse tsunami. Mesmo ele que demanda tantos recursos para sua implantação e manutenção. Um sonho dourado do seu inventor. Uma obra de arte incrustada no interior do sertão nordestino.
Será que não existe nada pertinente ao brasileiro que está aqui do outro lado para ser debatido? Ou será mesmo que pertencemos aquele grupo da marcha de manobra? Já perceberam que o governo se empenha em arrecadar cada vez mais, para que o Congresso Nacional e seus coadjuvantes também abocanhem cada vez mais! Até a preocupação da mídia fica cingida àquela briguinha particular entre Bolsonaro, Lula e o Judiciário, o que não consegue resolver os problemas da educação, da saúde, e da segurança.
Aprender a entrar numa urna e saber votar é uma necessidade. Mas ninguém está interessado em nos vender esse conhecimento. No entanto está claro que, antecipadamente, precisaríamos “resolver os problemas da educação, da saúde, e da segurança”.