Desde que começou a se desenhar a pré-campanha para a prefeitura de Natal, defendo que Natália tenha uma postura pragmática, mantendo a substância de sua atuação, mas adequando a forma para uma disputa majoritária, algo que nunca enfrentou.

Especialmente no início, minhas análises tiveram resistência nos setores mais tradicionais da esquerda natalense, que defendia que o ideal seria Natália vencer sem ter de se adequar em nada.

De fato, esse seria o ideal, mas um ideal que, em razão das peculiaridades de uma eleição majoritária, do resultados das últimas disputas na capital e do conservadorismo natalense, seria muito improvável.

Por isso, eu defendia (e defendo) que é preciso encararmos a disputa não como se fosse um debate na universidade, ou uma plenária de movimentos sociais, mas, sim, com base no que ela de fato é: uma disputa eleitoral majoritária.

Porque, a despeito da importância da tese devidamente formada nos debates acadêmicos e nas plenárias, a disputa eleitoral majoritária ocorre num plano concreto muito mais dinâmico e instável que o das disputas proporcionais. É preciso certa flexibilidade.

Com o carisma inato que Natália possui, aliado à compreensão acerca dessas exigências peculiares de uma disputa majoritária, estaríamos (e estamos) na briga para valer, de um modo como não estivemos nas últimas décadas em Natal.

Diante dessa possibilidade real de vitória, não vejo como poderia ser razoável participarmos das eleições natalenses utilizando a disputa pela prefeitura apenas com a finalidade fortalecer o nome para de Natália para 2026, ou para aumentar, por ricochete, os mandatos na Câmara.

Ao contrário, temos de entrar para ganhar.

Não sei se Natália lê o nosso blog, mas de uns tempos para cá vem fazendo justamente o que dissemos que deveria ser feito.

O primeiro grande resultado foi obtido ontem: após o diálogo de Natália com setores não tradicionalmente de esquerda, as bases da direita natalense racharam, fazendo com que o comunicador Bolsonarista Giovanni, o BG, magoado, desistisse da sua pré-candidatura.

Há quase um ano da campanha, a direita natalense já sentiu a pressão de enfrentar uma Natália pragmática”, que, inclusive para a opinião pública que não é de esquerda, entrou efetivamente na briga, agora para ganhar.

Ainda dirão que estou errado?

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