Por Túlio Lemos
O presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado Ezequiel Ferreira de Souza, decidiu disputar o governo do Estado pela oposição. O que parecia impossível para uns, difícil para outros e viável para muitos, está concretizado: A oposição terá uma chapa competitiva e forte contra a reeleição da governadora Fátima Bezerra.
Nas últimas 24 horas, de acordo com o que apurou o blog Tulio Lemos, Ezequiel reforçou o convite oficial para que o deputado federal Walter Alves seja seu companheiro de chapa na condição de candidato a vice-governador; checou detalhes de apoios e união com os ministros Rogério Marinho e Fábio Faria; teve uma conversa definitiva com o prefeito de Natal, Álvaro Dias, de quem recebeu total incentivo e promessa de envolvimento na campanha; além de analisar resultados de pesquisas com a real situação eleitoral do RN, com enfoque na reprovação da gestão de Fátima Bezerra, rejeição pessoal da governadora e viabilidade de seu próprio nome.
Outro ponto que pesou na decisão de Ezequiel foi a absolvição do ex-governador Robinson Faria no processo do TSE, em que o pai de Fábio foi inocentado de crime eleitoral por unanimidade. Recados tentaram assustar Ezequiel com questões judiciais. O resultado de Brasília diluiu qualquer receio do seridoense.
Nos últimos momentos de costura política, Ezequiel conversou com Walter Alves, com quem já havia firmado pacto de união para a eleição 2022, em que ambos marchariam juntos em qualquer situação.
Na conversa com Walter Alves e Garibaldi Filho, o convite para ser candidato a vice-governador foi feito novamente. Desta vez, não em tom de sondagem ou avaliação, mas em tom de formalidade, para que a decisão pudesse levar em consideração a participação do MDB e seus 40 prefeitos na campanha de outubro. Walter e Garibaldi confirmaram a aliança e aceitaram assumir a condição de vice de Ezequiel.
Na conversa com Fábio Faria e Rogério Marinho, em momentos distintos, Fábio disse a Ezequiel que uma das condições impostas pelo presidente da Assembleia para ele continuar a articulação de candidato da oposição, seria a definição do candidato ao Senado, diante da disputa interna entre Fábio Faria e Rogério Marinho; e que esse ponto havia sido resolvido, com a desistência dele, Fábio, e o apoio ao nome de Rogério. Fábio estimulou a candidatura de Ezequiel e prometeu ajudar no que for possível.
Na conversa com Rogério, Ezequiel recebeu a informação de que boa parte dos prefeitos que não está no PSDB e nem no MDB, estará em seu palanque e que as demais lideranças e partidos da oposição estão decididos a cair em campo pela vitória da chapa da oposição.
Portanto, após alinhavar e costurar em silêncio, sendo subestimado pelo governo, o que muitos políticos da oposição esperavam, está decidido: Ezequiel será candidato a governador e a chapa da oposição é: Ezequiel governador; Walter vice e Rogério senador.
Apesar de ter decidido aceitar o desafio de ser candidato a governador pela oposição, Ezequiel fará os últimos ajustes na formação da chapa antes do anúncio público, que poderá ocorrer no final desta semana, com a chegada de Rogério ao RN; ou no início da próxima semana.
Fátima teve todas as condições para deixar a oposição órfã de uma candidatura forte. Fez sua escolha. Preferiu Carlos Eduardo e subestimou os demais. Agora, terá que enfrentar um forte e motivado palanque contra sua reeleição.
Os efeitos da candidatura de Ezequiel junto ao eleitorado, só deverão ser sentidos nas próximas pesquisas, a partir da visibilidade que a chapa de oposição passar a ter no Estado.
Não existe vitória ou derrota antecipada. O que sabemos é que também não há eleição fácil.
O jogo está só começando de verdade. Ainda há muito pela frente.