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Liturgia: Sexto Domingo do Tempo Comum

Leituras:

– Eclo 15,16-21

– Sl 119(118)

– 1Cor 2,6-10

– Mt 5,17-37

 “Eu não vim abolir a Lei, mas cumpri-la” (Mt 5,17). Algumas versões da Bíblia traduzem já interpretando ao dizer que Jesus não veio abolir a Lei, mas aperfeiçoá-la. De fato, quando o Senhor cumpre a antiga lei, Ele a aperfeiçoa. 

 A lei mosaica, os Dez Mandamentos, não podem acabar ou ser substituídos. É a lei de Deus, uma base moral que permeia a nossa vida e nos sustenta como família divina.

 Continuando no Sermão da Montanha, vemos que Cristo parece estar trazendo outra lei, o que causa dúvidas. Mas Ele nos diz que não é substituir a Lei, mas cumprir e elevar aquilo que Deus já escreveu em nossos corações, mas o pecado costuma encobrir. A liturgia de hoje, finalmente, nos mostra como viver a Lei! Não só como regras, mas como modo de vida em família. 

 Na primeira leitura, somos confrontados com um apelo ao discernimento. Temos que escolher entre o fogo e a água. Se quisermos viver os mandamentos, temos que escolher a água do batismo, que nos abre para a Graça divina, e não o fogo do inferno. 

 Apenas pelo batismo e aprofundamento espiritual estamos prontos para viver a Lei naturalmente, sem que isso seja um fardo, mas um modo de santificar a nossa vida e a do próximo. Deus não nos deu o pecado, mas o caminho para longe do erro e para perto do Seu imenso amor paterno.

 No salmo de hoje, vemos a felicidade de se livrar do peso do pecado ao viver a lei de Deus. Não é que alguém realmente não tenha pecado ou não encontrará tentação em sua vida, mas, com a vivência cristã, a vivência da Lei e do mandamento de amor de Cristo, nós podemos andar livres do pecado, evitando, desviando das tentações pelo caminho para encontrar profunda alegria em cada obstáculo vencido. 

 O pecado escraviza, mas o amor de Deus liberta. Cooperar com a Graça de Deus é ver a Lei progredindo em nós, como uma ajuda que nos mantém em pé no caminho do Senhor. 

 Em um dos trechos mais belos entre tantos das cartas paulinas, a segunda leitura de hoje nos toca o coração de forma especial. “O que Deus preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram nem os ouvidos ouviram nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9). Deus escreveu Sua lei de amor em nossos corações. Quando o Senhor nos ensina no Sermão da Montanha, nós podemos saber que aquilo é a verdade! Basta que abramos nossos corações ao amor do Pai. 

 Se não podemos entender toda a profundidade da lei do amor nesta vida, podemos perceber como ela nos faz melhores, mais próximos de Deus. Um dia, com as bençãos de Deus, entenderemos tudo. A obediência da fé é o caminho. 

 O evangelho de hoje, ainda no Sermão da Montanha, nos diz que a prática da Lei é a vivência cristã. É cumprir o que é esperado de filhos que confiam em seu Pai. Deus nos deu a Lei e nos enviou Seu Filho para completá-la. 

 Que nosso ‘sim’ possa ser um ‘sim’ verdadeiro para o amor do Pai, e que o nosso ‘não’ ao pecado seja um ‘não’ confiante na justiça da Lei. O que nos parece difícil hoje, um ‘não’ por vezes vacilante frente ao pecado, se torne um ‘não’ vigoroso, libertador. 

 Vivamos as leis de Deus com alegria. Deus nos deu tudo o que precisamos e continuará a nos dar apoio em todas as etapas da vida. Podemos dominar nossos instintos e sentimentos ruins. Deus nos deu a Lei do Amor, a única que nos completa e enche de verdade nossos corações. Com fé e confiança, vivamos o amor de Deus. 

 Em Cristo, entregue à proteção da Virgem Maria,

 um Papista.

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