Odemirton Filho – Ilustração: Luísa Vasconcelos

Há tempos que as sociedades travam uma renhida luta contra desmandos autoritários. Sempre existem aqueles que querem se perpetuar no poder, como forma de garantir a eternização de seus privilégios.

Em quase todos os quadrantes do mundo a coletividade precisou se unir para derrubar regimes autocráticos.

De início, aqueles que assomam ao poder mostram-se dispostos a oxigenar o regime, mas, alçando ao comando de seu país, mostram as garras afiadas do autoritarismo.

Não precisamos ir longe. Cá por essas bandas, fomos vítimas de pessoas que, a pretexto de garantir a estabilidade da nação, usurparam do povo o seu mais basilar direito: escolher seus representantes.

Dizem que, atualmente, não se assalta o poder através de golpes. Ao contrário, são eleitos, o que denota um contrassenso, pois pessoas com viés autoritário assumem o poder e, lá estando, tentam desestabilizar as Instituições para se amoldarem aos seus caprichos.

Uma democracia tem como base eleições diretas, uma Poder Judiciário independente e uma imprensa livre. Quando se começa a minar essas bases é o primeiro passo para a ruína do regime democrático.

O exemplo recente é a vizinha Venezuela. Um grupo assumiu o poder e quer se tornar eterno à frente dos destinos do país. Agora, em uma cruzada democrática, um dos líderes da oposição tenta derrubar o regime que vem causando uma grave crise humanitária ao seu próprio povo.

Embora a oposição tenha apoio de boa parte da comunidade internacional não se sabe quando o regime bolivariano irá ruir. E se irá ruir.

Com efeito, qualquer forma de autoritarismo é repugnante, seja de matiz à direita ou à esquerda.

Dessa forma, na luta em defesa da democracia, não cabe qualquer armistício, pois os arroubos autoritários sempre estão à espreita.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça – Blog do Carlos Santos

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