Por @silverioalvesfilho

Esses dias teve uma discussão na mídia sobre a continuidade ou não da duplicação da Reta Tabajara. O governo federal, felizmente, disse que as obras são prioridade. Mas, com todo respeito: mais prioridade são as rodovias estaduais.

Trafego pelas rodovias estaduais, especialmente as do Potengi. Sei bem como são horríveis. Ano passado perdi dois pneus no espaço de apenas um mês. Foram “mortos” por buracos.

E, diferentemente da BR, o problema das rodovias estaduais atinge especialmente os mais pobres, agricultores, moradores de assentamento. Felizmente, assim que perdi os pneus, tive condições de trocá-los. Mas, e quem não tem? Quem só tem um veículo, moto ou carro, muitas vezes atrasado por falta de recursos, como trocar? Se não trocar, como se locomover?

Sem falar nos riscos à vida. Sim, à vida. Frequentemente carros e motos têm de andar na mão contrária para livrar os buracos, facilitando a ocorrência de acidente. Como se não bastassem os animais na pista!

Imagino como fica um morador do Assentamento de Barra de Santo Estévam, em Eloi de Souza, ao ver tanta preocupação da mídia e dos políticos com aqueles que se atrasam um pouco por não ter uma BR duplicada em direção a Natal, mas se preocupam pouco com ele, assentado, que arrisca a vida para ir a São Paulo do Potengi, num mísero trajeto de cerca de 10 KM.

Indignado com a situação, em junho do ano passado, iniciei uma campanha, “adote um buraco” (print a seguir). Adotei este da foto, nomeando-o de Alexandre, O Grande, por ver nele características imperiais. Eu estava certo. Passei por ele essa semana, em direção a São Tomé. Ele hoje vai de uma extremidade a outra da pista. Que orgulho o meu!

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