Este conto é fictício. Não guarda correspondência com a realidade.

Por Silvério Alves Filho

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Toda corte tem o seu bobo.

Na idade média, o bobo era um indivíduo que tinha como profissão divertir o rei e os nobres.

Hoje não é muito diferente, inclusive nas cortes políticas, as quais sempre possuem, pelo menos, um bobo.

Determinada corte tinha um bobo diferenciado.

Era um bobo “desenrolado”, adaptado para as exigências da atualidade: tirava fotos, gravava e editava vídeos e, é claro, fazia piada, muitas piadas.

Mas outros bobos também faziam isso. Ele precisava de mais destaque, de mais mídia.

Então o bobo aprendeu a cantar.

“A cantoria me deu o destaque que eu precisava!”, falava consigo mesmo o bobo, olhando para o espelho de sua casa.

De fato, o bobo era um artista e fazia muitos darem risada, alguns porque o achavam engraçado, alguns pela amizade e outros apenas pela vergonha alheia.

Ambicioso, o bobo passou a andar com a corte nos eventos oficiais do rei.

Mas o bobo, bom em fazer com que prestassem atenção nele, não era bom em perceber com atenção o que pensavam dele.

Enquanto o bobo achava que era um membro valioso da corte do rei, não percebia que era apenas um bobo.

Mas, pelo menos, era um bobo que sabia cantar.

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