Por @silverioalvesfilho
O resultado das eleições nacionais foi motivado por diversos fatores, dentre os quais o pragmatismo de Lula e o orgulho de Bolsonaro.
Lula procurou por Alckmin, antigo rival, montaram uma ampla aliança, benéfica para os grupos de ambos. Durante a campanha, encararam pragmaticamente o processo político, trouxeram a Tebet e lhe concenderam espaço fundamental no segundo turno.
Bolsonaro, por outro lado, na reta final da campanha especialmente, deixou-se levar pela opinião da ala ideológica do seu governo, em vez de escutar a ala pragmática, encabeçada pelo experiente Ciro Nogueira. Para a ala ideológica, Bolsonaro não tinha que dar nem um passo para trás, não precisava negociar, venceria de todo jeito. E se não vencesse, derrubaria quem venceu.
O resultado está aí: Lula e Alckmin não só ganharam no voto, como, pela conversa e articulação, desestabilizaram os radicais que pediam intervenção militar, costuraram apoio do empresariado, da mídia, de lideranças internacionais e, especialmente, do Congresso e do Judiciário.
As eleições municipais se aproximam em todo Brasil, para prefeito e vereador: uns querem se reeleger, uns querem voltar, outros querem entrar.
Para todos eles penso que Lula e Alckimin deixaram uma valiosa lição: política se faz com inteligência, articulação e pragmatismo. As vezes, é preciso dar um passo para trás para dar dois para frente. As vezes, quem só quer andar para a frente dá de cara com a parede.