Em 23 de março de 1996, durante a inauguração do Canal o Pataxó, localizado no Vale do Açu, o Monsenhor Expedito entregou ao então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, defendendo, dentre outras medidas, a transposição do Rio São Francisco.

O acontecido foi registrado pelo próprio FHC em seu livro “Diários da Presidência”, conforme explicaremos melhor em outra matéria.

Mas FHC também escreveu uma carta, em 16 de janeiro de 2000, data da morte do padre, desta vez destinada Garibaldi Filho, que era amigo de Expedito e, à época, governador do RN.

A íntegra foi publicada no livro “Monsenhor Expedito: o Profeta das Águas”, do professor Aluízio Azevedo. Segue a transcrição da carta:

“Senhor Governador,

Estou sendo informado do falecimento do Reverendíssimo Monsenhor Expedito Medeiros, abnegado servidor da Igreja Católica e desprendido apascentador do povo potiguar e a quem tive a honra de conhecer quando da inauguração de obras hídricas nesse Estado, em companhia de Vossa Excelência.

A força e a obstinação com que defendia a expansão da oferta d’água para o semi-árido nordestino, como condição essencial para preservação da vida e da dignidade humana, deixaram forte e indelével impressão, permitindo-me a passar a denominá-lo de “apóstolo das águas.”

A sua mensagem e o seu exemplo de luta estão sendo perpetuados através das importantes obras de captação e adução que o meu Governo, em conjunto com o Estado está realizando no Rio Grande do Norte, dando Vossa Excelência, merecidamente, o seu nome a uma das adutoras recentemente inauguradas.

Associo-me aos seus familiares, ao Clero e, através de Vossa Excelência, ao povo potiguar pela perda do insigne Monsenhor Expedito.

Fernando Henrique Cardoso”

A defesa do legado espiritual, pastoral e social do Monsenhor Expedito é uma pauta fundamental tanto do Blog Silvério Alves quanto do Blog Silvério Filho.

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