Em virtude do aumento de casos e mortes de Covid-19, o comitê científico do Rio Grande do Norte emitiu nesta quinta-feira 18 uma nova recomendação ao Governo Estadual. As medidas, que devem ser aplicadas pelos próximos 14 dias, ao menos, visam frear os impactos sanitários causados pela pandemia do coronavírus.
Entre as ações recomendadas, estão a suspensão da aulas presenciais nas escolas privadas e o fechamento de bares e restaurantes depois das 22h. A reportagem do Agora RN entrou em contato com a Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap), que informou analisar as sugestões enviadas pelo comitê, mas que não há decisão sobre acatar parte ou integra do texto.
O crescimento da curva epidemiológica, bem com o número de internados nos hospitais públicos do RN embasam a decisão. Às 15h50 desta quinta, há 11 unidades hospitalares com 100% de ocupação dos leitos críticos para tratamento de pacientes com Covid-19.
O comitê justifica que os “períodos festivos e de feriado prolongados foram provocadores de grandes aglomerações, que tiveram reflexo no aumento do número de casos no fim de dezembro e início de janeiro e que se intensificou nos dias iniciais de fevereiro”. A confirmação de novas variantes do coronavírus no País fez com que o comitê recomendasse a instalação de barreiras com os estados vizinhos, no caso, com o Ceará e a Paraíba.
A realidade de novas cepas força a criação de barreiras também nos portos e aeroportos. O comitê recomenda, ainda, a suspensão das atividades ambulatoriais de clínicas e de cirurgias eletivas que demandem uso de leitos críticos na Grande Natal.
A orla potiguar também é impactada pelo documento, que sugere a proibição de eventos em praias. Nesse sentido, o não uso de máscara deve ser multado, de acordo com o comitê, especialmente em ambientes que favorecem a disseminação do vírus, como academias.
Confira as recomendações: Suspensão das atividades presenciais de bares e restaurantes em todo RN após 22h por 14 dias, devendo a medida ser reavaliada após esse prazo;
Suspensão das aulas presenciais das escolas privadas por 14 dias, devendo a medida ser reavaliada ao final desse período;
Criação de serviço de denúncia para pais e alunos de escolas, sejam públicas ou privadas, fazerem denúncia sobre ocorrência de casos de sintomáticos respiratórios que não tenham sido devidamente afastados do convívio, assim como suas turmas escolares não tenham sido submetidas ao protocolo orientado na Nota Informativa número 03/2021 – SESAP/SUVISA;
Adiamento do início das aulas das escolas públicas do estado por 14 dias, ao fim do qual deverá ser reavaliada a necessidade de novo adiamento;
Fortalecer os cuidados preventivos nas academias no que concerne ao uso de máscaras e distanciamento social inclusive com aplicação de multa para aqueles estabelecimentos que forem flagrados infringindo as regras.
Estabelecimento de barreiras sanitárias com os estados da Paraíba e Ceará, bem como nos portos e aeroportos, assim como implementação de barreiras sanitárias e intensificação do monitoramento e rastreio nos municípios sabidamente turísticos do estado do RN;
Busca ativa de casos e contatos, bem como monitoramento dos casos ativos pela Atenção Primária dos municípios;
Aplicar sanções previstas em lei a estabelecimentos de saúde públicos e privados, como clínicas, hospitais e laboratórios, que deixem de notificar os casos aos serviços de informação e de controle de leitos;
Ampliar a vigilância genômica no Rio Grande do Norte; Suspender as atividades ambulatoriais de clínicas e consultórios e serviços públicos de rotina que não comprometam o cuidado continuado ao paciente;
Suspender cirurgias eletivas que demandem uso de leitos críticos na Região Metropolitana; Proibir eventos em toda a orla do RN por 14 dias; Abrir leitos de UTI covid-19 no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), os quais deverão ser mantidos enquanto a Taxa de Ocupação do RN estiver acima de 60%; Ampliar a fiscalização do estado (polícia militar) nos finais de semana em bares e na orla potiguar, especialmente da região metropolitana.
Em tempo: O Governo do Estado por intermédio da SESAP, informou que analisa o documento. A decisão por acatar parte ou a íntegra do texto ainda não foi divulgada.
Fonte: Agora RN